sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Os órfãos da pátria

          Alguns têm, têm definido que estão órfãos os 44 milhões de eleitores que votaram contra o lulopetismo-fisiológico nas últimas eleições. Certamente, na sua grande maioria sequer foram motivados pela competência da oposição. Ser contra uma candidatura nitidamente configurada pelo que há de mais podre no fisiologismo não significa ser a favor de outra. As manifestações, ainda que incipientes no sete de setembro, os movimentos cívicos cada vez mais atuantes e organizados na web, os “colunistas” nos espaços de opinião cada vez mais concessivos em tamanho e até em arte gráfica em jornais de grande tiragem Brasil afora, demostram isso categoricamente. Aliás, estes espaços deveriam ser maiores; pois a eles têm concorrido excelentes articulistas de nossa contemporaneidade e que combatem por palavras sóbrias e argumentos resolutos os discursistas incrustrados na militância meliante. Fica a sugestão às editorias e louvam-se os editores atentos a esta questão, tal qual o espaço que tão gentilmente nos oferece o Diário da Manhã. 

            Fora do palanque, e em derradeiro embate de ideias na imprensa livre, é que se demostra os limites e larguezas que as conquistas evolutivas de caráter e moral facultam à formação da opinião pública. Populistas, chamam a imprensa livre de golpista, e aos contrários de seu ideário, chamam de fascistas. São expressões que se sintonizam com seus caráteres; são em essência abjetos a livre expressão, ou aquilo que não controlam, - que é a liberdade, não têm expressão e competência para fazer uso da palavra em pleno estágio democrático.
          
Nem por isso, nestes mesmos espaços, deixa-se de dar voz a todas correntes, e até surgem opiniões de esperançosos com a dita “faxina ética de Rousseff”. São apenas firulas que se traz a público - aleivosias, conscientes ou inconscientes que parecem dar conta de que alguma coisa mudou. Nada MUDOU! sequer as moscas! Provável estratégia para atrair aqueles não fisgados pelo apedeuta palanqueiro e sua conversa de botequim do governo anterior. 

         A nação está órfã da moral de um estadista de fato, depauperada pela miséria ética da vida pública. Há abundancia de incompetência; corrupção; injustiça crônica; falta de caráter; inexistência de solidariedade. Essa nação está órfã de seus princípios básicos de cidadania que a politicalha desavergonhada apunhalou pelas costas. A cada dia que passa, tem-se a certeza no na miserabilização de um Estado sem justiça, concatenado pela  medíocre oligarquia que ascendeu ao Poder, e que submente, as claras ao seu entendimento, mando e valores até as mais altas Cortes de Justiça. Estas abonam-lhes, com mesuras o ilícito, o imoral comprovado cabalmente e publicamente. A moralidade com a coisa pública nada vale aos ministros togados
Pobres são órfãos mais conscientes da situação, prostrados numa nacionalidade esmorecida, seus direitos foram rasgados por quem foi eleito a representá-los; é como contratar um advogado para garantir seus reclamos, e este é aquele quem leva a água para Pilatos lavar as mãos.  É a pior artifício da corrupção política – pois rouba o futuro e as esperanças do próximo.

        Há gerações de brasileiros, órfãos de qualquer exemplo da prática coesa de Justiça contra aqueles que banalizam a gestão pública e a verdade republicana. Há uma fragorosa repulsa de tantos quantos milhões que emprestaram suas vidas ao trabalho, à decência, aos estudos e ao saber e veem o idioma pátrio vilipendiado pela astúcia populista do apedeuta.

            A sociedade consciente há de repulsar aqueles que estão dividindo a nação para imperar. Do palanque populista insinuam ameaças de elites sem nomeá-las, esbravejam por extirpar a oposição e conclamam que a imprensa é caluniosa. Sobrelevam os direitos de minorias sobrepondo os direitos das maiorias desde suas expressões religiosas, valores e história - aculturando a saga da nação em vãs estórias de cordéis como se fossem patentes e única realidade. Atentam contra a real democracia, contra a razão, a fé e contra a compleição da nossa nacionalidade. É apenas parte da filosofia do infortúnio generalizado a um povo para que uma parca e medíocre oligarquia prevaleça no Poder. Distribuem migalhas que batizam de programas assistenciais com vistas a conquistar as mentes dos famintos; na verdade perpetra-os no “limbo da miséria material”, que a fundo é somente menor que a miséria espiritual da politicalha reinante.

         Pelos desígnios de um Ser superior, ninguém legisla sobre outro espírito se não tiver moral e sabedoria mais elevada. Não encontramos tais valores na gestão pública brasileira. Melhor ser órfão de alguma coisa, a estar no Poder e ter a mãe lembrada em conversas populares. Pobres senhoras, mesmo que inocentes a esta questão, recebem a paga por não terem bem educado seus filhos.

          Oswaldo Colombo Filho
Diário da Manhã - Goiás 24/09/2010

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