terça-feira, 23 de outubro de 2012

Caminhos do crime


"Não entendo quem escolhe o caminho do crime, quando há tantas maneiras legais de ser desonesto"

(Al Capone).

Caminho seguido por Lewandowski e sancionado na base de arenga afinada por Toffoli, Rosa Weber e, inacreditável e lamentavelmente, por Cármen Lúcia, que salientaram não haver provas de que eles concorreram ou planejaram de forma organizada para um crime no caso do Mensalão.
Ora, isso está claro para qualquer estúpido e até bem descrito nos testemunhos dos próprios acusados dados à Justiça. É a essência do Mensalão e como salientou ministro Luiz Fux numa vigorosa intervenção de caráter e competência. Desejavam S. Exas. que fundassem uma S/A, devidamente registrada numa Junta Comercial? Trata-se da mais vigorosa e escorchante busca nas entre linhas da legislação para desmerecer a peça acusatória no que toca à acusação de quadrilha. O que é estranho é que em análise em sentenças anteriores, e promulgadas pelas supracitadas foram imputados vários crimes já ratificados pelo plenário do STF em que foram praticados pelos mesmos e denunciados em grupo, agindo concomitantemente ao longo de dois anos e meio. Como não definir diante disso que não são quadrilheiros? Como propalar que não atuaram como uma organização que deliberadamente "forçavam vontades políticas" ao Congresso via corrupção a quem esses quadrilheiros representavam? Leia-se, ao governo Lula; cujo dirigente mor se aliena e ter responsabilidade alguma entregando os demais como laranjas.

Tal impunidade tolerada nos faz pressupor até cumplicidade, se isto de fato não for; porém certamente  nisso se transforma ou resulta aos olhos de todos. Pois evidente fica diante das posições altivas dos demais Ministros:- # Houve a formação de uma das quadrilhas das mais complexas, envolvendo o núcleo político; financeiro, e operacional. (...) Os integrantes estriam a lembrar a máfia italiana, já que envelopes eram buscados, sem conhecimento do conteúdo e com cifras altíssimas, e-mails trocados e toda forma de comunicação e até reuniões no próprio Palácio a evidenciar a pouca vergonha e baixa moralidade ...Como não tratar a isso como organização ou quadrilha ... (Marco Aurélio de Mello); - É só o indivíduo que mora no morro que sai atirando loucamente pela cidade que abala a paz social? Eu não consigo entender essa exclusão lógica – (Joaquim Barbosa respondendo a Rosa Weber que não “notava” que tais crimes praticados na cúpula da República envolviam a paz social); # Neste Caso a estabilidade e a permanência da quadrilha projetam-se para além de dois anos e meio Eu nunca via algo tão claro, a não ser essas outras associações criminosas que na verdade tantos males causam aos cidadãos brasileiros, como organizações existentes no Rio e aquela perigosíssima hoje em atuação no Estado de São Paulo. (Celso de Mello). # - Houve um elo associativo para a prática de crimes variados por mais de dois anos o que afasta qualquer tese de coautoria ( resposta a teses de Rosa Weber e Cármen Lúcia). O acervo probatório permite a conclusão de que o conluio não era transitório (afinal durou 30 meses e só acabou pela denúncia pública...); e não se estava diante de singelo, efêmero agrupamento de pessoas. A intenção era clara:-  crimes indeterminados e certeza de impunidade. (Luiz Fux).
Por certo, e pelas declarações do já condenado meliante José Dirceu, trata-se do “projeto político” e de governo imposto por ele e outros ao PT, onde os valores de um Estado são tomados pelo partido, ou melhor, pela facção que buscava o Poder via revolução armada nos fins dos anos 60.


“Um Estado sem valores é uma quadrilha”

Santo Agostinho               
        Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S. Paulo 23/10/2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Votar é preciso

Não votar é uma omissão cívica e nada mais do que isso. O sujeito deste ato está e estará fadado a não se meter em nada; porém já se meteu pela forma que o escrutínio é apurado e apontado no Brasil e onde o voto de um nordestino analfabeto que inflado pelo bolsa voto, vale tanto quanto o de cento e cinquenta universitários cariocas ou paulistas. A omissão é chamada de neutralidade em bom dicionário; porém em civismo é explícita covardia, pois o voto é elemento fulcral na ação democrática e republicana. Isso (render-se à omissão) significa apoiar aquele que obviamente vencerá. Para ele - o covarde, não importa o resultado, e aos participes do processo eleitoral, sejam de uma corrente ou outra, sequer se importam em saber a opinião de quem se acovarda nas sobras da quirela. Pessoalmente, entendo que se nem participar deseja tal elemento no processo eleitoral, não lhe caberá direito algum em criticar qualquer candidato, ou governante, nem mesmo os mensaleiros, pois como omisso ele sempre apoia os vencedores dos escrutínios - é um derrotado moral, pois elege a todos governantes e depois crítica a quem notadamente ajudou a preferir. Ora não sabe que de seu ato surtirá efeitos positivos e/ou negativos em sua vida e aos demais cidadãos? Não tem respeito próprio e nem ao próximo. Ele nunca terá razão em qualquer situação ou pleito, afinal não opinou!

Quem não participa não está habilitado frente aos que se expuseram pelos interesses comuns a todos da sociedade, ou seja, exerceram sua cidadania.
Ser cidadão não é somente, cobrar direitos, mas ter obrigações; e escolher quem representará o povo ou evitar que fichas sujas o façam, sendo assim é uma grande obrigação de cada um de nós. Hélio Bicudo proclamou recentemente que no Brasil de hoje é um crime quase que hediondo a não participação cívica. Rui Barbosa, no século passado nos legou que a "maior é a vergonha não é a derrota, mas sim aquela de não ter lutado" - acrescento que a pior é de ser taxado de covarde, como não votar e cacarejar sob qualquer estereótipo estúpido e infame de que na democracia não há saída contra a politicalha. Muito desses omissos ou anuladores profissionais, devassos da prática republicana e até por maioria dizem "estou bem, o resto que se dane". Há milhões de pessoas com esse comportamento no Brasil. Pois quando as coisas vão mal pedem ajuda ao "resto que antes mandaram se danar". Assim no Brasil impera o egoísmo em uma raça dividida, explorada por agiotas, sem solidariedade entre cidadãos, onde não se encontra honestidade nos homens públicos. Nutrimos a falta de consciência cívica e moral que vagabundos exploram e se beneficiam, assim impuseram como a bandeira no Planalto central. É hora do basta, seja agora ou não, mas pelo voto é que esses canalhas entraram e é por ele que devem sair; e quão maior descrença se impuser às práticas democráticas e republicanas estaremos sim fazendo com que essa gentalha, seja de um partido ou outro, de uma região ou de outra, permaneça no poder de nossa Pátria.
Solidariedade, cidadania e dignidade no seio de nosso povo é o que mais precisamos para não nos envergonharmos perante às futuras gerações.
      Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 22/10/2012

domingo, 21 de outubro de 2012

Defraudação moral


O juiz de futebol, até então era o único ladrão que defraudava na presença de dezenas de milhares de pessoas e ainda ia pra casa protegido pela polícia; hoje ministros (dois) no STF afrontam publicamente a moral, a essência da ordem democrática e republicana e saem ilesos, também protegidos pela polícia e ainda mantém seus empregos vitalícios, e a “torcida” sequer pode vaiar tal qual notabilizar em refrãos suas progenitoras como bem o faz nos estádios de futebol. Que pena. . .

Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 21/10/2012
 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os verdadeiros lesa pátria.


         A indecência na vida pública, a falta de políticas e justiça social que sejam adequadas ao desenvolvimento da nação, são reflexos exclusivos da falta de cidadania que permeia a vida dos brasileiros. Já inexiste a estima a si e aos seus próprios familiares, tudo é uma questão de pilhéria, e se vive por circunstâncias e não por princípios honrados. 


         Cotidianamente desconsidera-se afeição ao próximo e aos que nos sucederão; e isso se torna patente na forma com que se encara a escolha dos representantes a cargos públicos. Não são os marginais que lá estão os culpados pelos atos que praticam; pois quando eleitos bem se sabe quem são; o que são e o que farão. Não são ainda os incompetentes eleitos que deixam de fazer políticas necessárias à melhoria da educação, saúde ou segurança, pois quem os elegeu foram aqueles que necessitavam desses serviços. Os culpados são precisamente os que se omitem de qualquer responsabilidade decisória em favor de um futuro justo no ato de votar; estes são os verdadeiros lesa pátria dessa nação.

      Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 01/10/2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Piadas de (Men) Salão

          Durante uma de suas exposições, o Ministro Lewandowski, em breve interrupção referiu-se a inúmeras citações em depoimentos em que os réus titulavam-se por “doutores”. Disse ele: “Desde que cheguei a Brasília, seis anos atrás, percebi a profusão em tratativas desse tipo; deve haver incontáveis teses escritas para tamanha deferência”.
         Engana-se o Ministro; pois “seu doutô”, já deixou de ser peça de folclore; senão vejamos. Analfabeto, que desabona o hábito da leitura e da cultura é guindado ao título honrado de “honoris causa”; e isto por uma inversão de valores morais. Nesse caso - o da honestidade; afinal, falamos do chefe do mensalão, e que ao critério do citado Ministro e de alguns rogados estúpidos, ditos intelectualizados, mas de moral dúbia e defensores de Dirceu dizem ser isso apenas indício e não prova tal qual a de que lavagem de dinheiro é esquecê-lo no bolso nas calças e mandá-la para a lavanderia.
     Aqui ainda, ou melhor, em Brasília, e para bem exemplificar, tínhamos um “doutô  Ministro da Educação”. Trata-se de um sujeito que chamou outros de fascistas que o criticaram por ele ter afirmado previamente que “escrever errado está certo”. Eu não sabia que criticar um burro, apedeuta e ignóbil ao cargo que ocupou, fosse um ato fascista, o que comprova ser mesmo um ignorante.
     Mas há um caso extraordinário e que o Ministro bem conhece na Suprema Corte; trata-se de um dos seus colegas e que foi guindado ao cargo de tamanha responsabilidade sem jamais ter transpassado a função de estafeta da facção política que organizou e dirigiu o mensalão, a mesma que surrupiou, corrompeu, lavou e acabou com a moral na coisa pública brasileira e que o próprio Ministro Lewandowski insiste em amenizar.
     Em breve, quiçá, quaisquer cidadãos não se tratem por “dotôres”, mas sim por Ministros. - Sinal dos tempos, afinal se para os “dotôres” pouco se exige, não se vê também o que determinados fazem na Suprema Corte, onde pouco ou nada foi lhes foi exigido, e de fato estes sequer reúnem condições morais mínimas ao cargo que ocupam.
    
     Oswaldo Colombo Filho

O Estado de S.Paulo 28/09/2012

Diário da Manhã (GO) 01/10/2012