segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Piadas de (Men) Salão

          Durante uma de suas exposições, o Ministro Lewandowski, em breve interrupção referiu-se a inúmeras citações em depoimentos em que os réus titulavam-se por “doutores”. Disse ele: “Desde que cheguei a Brasília, seis anos atrás, percebi a profusão em tratativas desse tipo; deve haver incontáveis teses escritas para tamanha deferência”.
         Engana-se o Ministro; pois “seu doutô”, já deixou de ser peça de folclore; senão vejamos. Analfabeto, que desabona o hábito da leitura e da cultura é guindado ao título honrado de “honoris causa”; e isto por uma inversão de valores morais. Nesse caso - o da honestidade; afinal, falamos do chefe do mensalão, e que ao critério do citado Ministro e de alguns rogados estúpidos, ditos intelectualizados, mas de moral dúbia e defensores de Dirceu dizem ser isso apenas indício e não prova tal qual a de que lavagem de dinheiro é esquecê-lo no bolso nas calças e mandá-la para a lavanderia.
     Aqui ainda, ou melhor, em Brasília, e para bem exemplificar, tínhamos um “doutô  Ministro da Educação”. Trata-se de um sujeito que chamou outros de fascistas que o criticaram por ele ter afirmado previamente que “escrever errado está certo”. Eu não sabia que criticar um burro, apedeuta e ignóbil ao cargo que ocupou, fosse um ato fascista, o que comprova ser mesmo um ignorante.
     Mas há um caso extraordinário e que o Ministro bem conhece na Suprema Corte; trata-se de um dos seus colegas e que foi guindado ao cargo de tamanha responsabilidade sem jamais ter transpassado a função de estafeta da facção política que organizou e dirigiu o mensalão, a mesma que surrupiou, corrompeu, lavou e acabou com a moral na coisa pública brasileira e que o próprio Ministro Lewandowski insiste em amenizar.
     Em breve, quiçá, quaisquer cidadãos não se tratem por “dotôres”, mas sim por Ministros. - Sinal dos tempos, afinal se para os “dotôres” pouco se exige, não se vê também o que determinados fazem na Suprema Corte, onde pouco ou nada foi lhes foi exigido, e de fato estes sequer reúnem condições morais mínimas ao cargo que ocupam.
    
     Oswaldo Colombo Filho

O Estado de S.Paulo 28/09/2012

Diário da Manhã (GO) 01/10/2012

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