sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Os órfãos da pátria

          Alguns têm, têm definido que estão órfãos os 44 milhões de eleitores que votaram contra o lulopetismo-fisiológico nas últimas eleições. Certamente, na sua grande maioria sequer foram motivados pela competência da oposição. Ser contra uma candidatura nitidamente configurada pelo que há de mais podre no fisiologismo não significa ser a favor de outra. As manifestações, ainda que incipientes no sete de setembro, os movimentos cívicos cada vez mais atuantes e organizados na web, os “colunistas” nos espaços de opinião cada vez mais concessivos em tamanho e até em arte gráfica em jornais de grande tiragem Brasil afora, demostram isso categoricamente. Aliás, estes espaços deveriam ser maiores; pois a eles têm concorrido excelentes articulistas de nossa contemporaneidade e que combatem por palavras sóbrias e argumentos resolutos os discursistas incrustrados na militância meliante. Fica a sugestão às editorias e louvam-se os editores atentos a esta questão, tal qual o espaço que tão gentilmente nos oferece o Diário da Manhã. 

            Fora do palanque, e em derradeiro embate de ideias na imprensa livre, é que se demostra os limites e larguezas que as conquistas evolutivas de caráter e moral facultam à formação da opinião pública. Populistas, chamam a imprensa livre de golpista, e aos contrários de seu ideário, chamam de fascistas. São expressões que se sintonizam com seus caráteres; são em essência abjetos a livre expressão, ou aquilo que não controlam, - que é a liberdade, não têm expressão e competência para fazer uso da palavra em pleno estágio democrático.
          
Nem por isso, nestes mesmos espaços, deixa-se de dar voz a todas correntes, e até surgem opiniões de esperançosos com a dita “faxina ética de Rousseff”. São apenas firulas que se traz a público - aleivosias, conscientes ou inconscientes que parecem dar conta de que alguma coisa mudou. Nada MUDOU! sequer as moscas! Provável estratégia para atrair aqueles não fisgados pelo apedeuta palanqueiro e sua conversa de botequim do governo anterior. 

         A nação está órfã da moral de um estadista de fato, depauperada pela miséria ética da vida pública. Há abundancia de incompetência; corrupção; injustiça crônica; falta de caráter; inexistência de solidariedade. Essa nação está órfã de seus princípios básicos de cidadania que a politicalha desavergonhada apunhalou pelas costas. A cada dia que passa, tem-se a certeza no na miserabilização de um Estado sem justiça, concatenado pela  medíocre oligarquia que ascendeu ao Poder, e que submente, as claras ao seu entendimento, mando e valores até as mais altas Cortes de Justiça. Estas abonam-lhes, com mesuras o ilícito, o imoral comprovado cabalmente e publicamente. A moralidade com a coisa pública nada vale aos ministros togados
Pobres são órfãos mais conscientes da situação, prostrados numa nacionalidade esmorecida, seus direitos foram rasgados por quem foi eleito a representá-los; é como contratar um advogado para garantir seus reclamos, e este é aquele quem leva a água para Pilatos lavar as mãos.  É a pior artifício da corrupção política – pois rouba o futuro e as esperanças do próximo.

        Há gerações de brasileiros, órfãos de qualquer exemplo da prática coesa de Justiça contra aqueles que banalizam a gestão pública e a verdade republicana. Há uma fragorosa repulsa de tantos quantos milhões que emprestaram suas vidas ao trabalho, à decência, aos estudos e ao saber e veem o idioma pátrio vilipendiado pela astúcia populista do apedeuta.

            A sociedade consciente há de repulsar aqueles que estão dividindo a nação para imperar. Do palanque populista insinuam ameaças de elites sem nomeá-las, esbravejam por extirpar a oposição e conclamam que a imprensa é caluniosa. Sobrelevam os direitos de minorias sobrepondo os direitos das maiorias desde suas expressões religiosas, valores e história - aculturando a saga da nação em vãs estórias de cordéis como se fossem patentes e única realidade. Atentam contra a real democracia, contra a razão, a fé e contra a compleição da nossa nacionalidade. É apenas parte da filosofia do infortúnio generalizado a um povo para que uma parca e medíocre oligarquia prevaleça no Poder. Distribuem migalhas que batizam de programas assistenciais com vistas a conquistar as mentes dos famintos; na verdade perpetra-os no “limbo da miséria material”, que a fundo é somente menor que a miséria espiritual da politicalha reinante.

         Pelos desígnios de um Ser superior, ninguém legisla sobre outro espírito se não tiver moral e sabedoria mais elevada. Não encontramos tais valores na gestão pública brasileira. Melhor ser órfão de alguma coisa, a estar no Poder e ter a mãe lembrada em conversas populares. Pobres senhoras, mesmo que inocentes a esta questão, recebem a paga por não terem bem educado seus filhos.

          Oswaldo Colombo Filho
Diário da Manhã - Goiás 24/09/2010

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O veto ao aumento dos aposentados

A presidente vetou na LDO a proposição concedente de acréscimo real aos aposentados em pouco mais de 6%. No mesmo ato fixou-se o salário mínimo e/ou piso previdenciário em R$ 620,00, um aumento de 13%, para 2012. Portanto, em janeiro próximo 8,4 milhões de ex-contribuintes do RGPS-urbano acumularão perdas de 46,7% no valor de suas aposentadorias desde o plano REAL. O piso foi valorizado em termos reais em 100% no período em questão, favorecendo o que representa hoje 70% dos beneficiários do RGPS; sendo 3,7 milhões pelo LOAS/RMS; além de 8,3 milhões inscritos no subsistema rural, onde a concessão não possui caráter ou vínculo contributivo (assistencial). Desta forma, abstrai-se que aos demais 30% amargam a perda supracitada em que pese a analogia entre o valor dos benefícios e nº de pisos correspondentes. O valor das aposentadorias por contribuição, “emitidas” em julho/94 correspondia a 6,1 s.m., em maio de 2011 caiu para 2,4. Em fins de 1999, quando da criação do fator previdenciário, o valor médio de “concessão” (benefício inicial) para este mesmo benefício, era de 5,8 s.m. e despencou para 2,4 s.m. em maio de 2011 (redução de 59% em 11 anos). A “economia”, a custa de direitos subtraídos, era projetada em R$ 10 bilhões/ano. Passados 11 anos, a Previdência divulga que o total auferido foi de R$33 bilhões, pouco mais de 1,5% da receita do RGPS. Conclui-se ainda que não houve concessão real de ganhos ao salário mínimo; mas sim uma pérfida transferência de renda “de quem tinha alguma coisa para quem tinha menos”.

Os defensores do fator ora apresentam a fórmula 95/105, como alternativa (?). Trata-se de bizarra relação entre idade e tempo de contribuição, tal qual fosse nossa expectativa de vida de 90 anos. O “vigente”; deixa de incidir quando um homem atinge 60 anos de idade e 40 anos de contribuição. Atingir 40 anos de contribuição nas economias desenvoltas garante elegibilidade sem nenhum obste a idade do segurado/contribuinte. Nas maiores Economias da OCDE, a idade mínima é fixada entre 60 e 62 anos para aposentadoria integral, e são necessários 35 anos de contribuição; contudo, atuam em conjunto regras de proporcionalidade entre idade e tempo de contribuição (95/85 ou só 95-homens e mulheres). 


No Brasil o “fator coercitivo à precocidade” deixará de penalizar o segurado (homem), quando este atingir 37 anos de contribuição e pouco mais de 62 anos de idade, o que aduz que atualmente estamos com o “fator 99 a 100”. Este flagrante exemplo, traduz quão é desproporcional o efeito no Brasil em analogia a mecanismos adotados, com o mesmo intuito, em países onde as expectativas de vida são 8 a 10 anos maiores. Mister citar, a pouco referenda pelo governo e mesmo por entidades que aludem representar os interesses dos trabalhadores e aposentados da iniciativa privada, trata-se da previdência dos servidores públicos federais -RPPS. Um verdadeiro buraco negro, que produziu entre 2003 a 2010 um déficit de R$ 322,9 bilhões; ou seja, o equivalente a 86,9% do que foi gasto em saúde pública. Atualmente são 980 mil ex-servidores, que custam ao Tesouro quase tanto o que custa à saúde pública de 190 milhões de brasileiros; e isto tende a piorar. Além disso, tal déficit representa dezenas de vezes o que possa representar o déficit per capita do RGPS sob a própria ótica neoliberal.  

Não há regime, ou mesmo regimes previdenciários numa mesma economia que tenham formas distintas de reajustes, e incorporam aumentos reais via crescimento da economia e/ou aumento médio dos salários (ativos).

Na lógica neoliberal, ao Orçamento da Seguridade Social tudo é válido alegando que não passa de uma questão de contabilidade. Princípio este que exacerba a ordem constitucional e que é por vezes substituída por legislação secundária, como a DRU que entre 2003 e 2011 – desviou R$ 273,7 bilhões do OSS; o que equivale a 24,7% da arrecadação do RGPS (1,3% do PIB). No mesmo período, as renúncias previdenciárias e com características fiscais, subtraíram entre 7% a 8% da mesma receita. Nada disso tem sido parte das discussões por parte dos interessados. Torna-se impróprio alegar falta de recursos, e deturpado propor uma nova CPMF; além da pirraça ao afirmar que a previdência da iniciativa privada é deficitária sem maior aprofundamento da questão.

Na apatia, e no parco entendimento do Congresso nada prospera, e sua vivacidade para o tema apenas desperta às vésperas de eleições. O subsistema urbano, que concentra os prejudicados é superavitário e a ele não incorrem riscos de sustentabilidade tão apenas arrazoando-se por suas fontes constitucionais de financiamento, mas sim pela subtração destas em favor de outras rubricas e interesses. Esbanja recursos para atender os reclamos dos contribuintes dos benefícios programados (aposentados); e se isso não ocorre não é por impossibilidade de recursos, mas por interesses corporativistas e aéticos à gestão pública.

A miséria moral nas políticas públicas está produzindo a miserabilização dos dependentes do RGPS – urbano, cuja elegibilidade de direitos se deu pela compulsória contribuição por décadas a fio. Finalmente, é necessário colocar que apenas um em cada quatro aposentados brasileiros (públicos e privados), não tem direito a aumentos reais. Assim, não pleiteiam reajustes condizentes; é a moralidade que exige ISONOMIA! 

       Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo - 26/09/2011
O Diário da Manhã -Goiás - 24/09/2011
    

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quem se importa com a moralidade ?

"Não entendo quem escolhe o caminho do crime, quando há tantas maneiras legais de ser desonesto."
Al Capone

       O Congresso nos exemplificou recentemente, naquela sessão de vassalagem a Jaqueline Roriz, de que nada serviu o vídeo mostrando aquela senhora enchendo a burra com dinheiro de origem escusa, pois seus colegas de ofício a perdoaram, tornando legal o que é imoral. As mais altas cortes de Justiça do país – STF e STJ fazem isso também a todo o momento. São meramente políticas, com Exas. indicadas, apadrinhadas, e nem juízes de carreira, concursados o são, tal qual o era no tempo do império. Alguns, até prestaram concursos, e por mais de uma vez, mas foram reprovados. Porém seus patronos, dentre os quais Sarney, o mestre em nomeações, garante vagas em justa medida a seus interesses. Acaba de fazê-lo no Ministério do Turismo, e no qual manda e desmanda com total beneplácito de Rousseff e antes dela Lula (desde o mensalão); é uma das cotas do fisiologismo explícito que dirige o país. Tem muitos vassalos nas Cortes também. E assim as provas da PF contra o clã Sarney foram desqualificadas, prevaleceu o imaginário entendimento técnico jurídico sobre a explícita moral; - “O que foi dito e gravado, não deve ser ouvido, arquiva-se o processo” decretou a Corte em um ato bizarro. 
 
        A lei se consubstancia nos costumes e na moral. A eles, isto nada vale, portanto nos prevaricam da justiça dos homens; formam um “estado sem valores que se transforma numa quadrilha”; tal qual como nos afiançava Santo Agostinho.

       Com tamanho controle sobre os Poderes republicanos e estes sem valores morais de qualquer ordem, de fato a máxima dita por Al Capone, mencionada em epígrafe, é competente à legalidade de nossas Supremas e tardinheiras Cortes; dispensa-se a necessidade de alguém ser chamado de criminoso, podendo ser até parlamentar, pois há para eles tantas maneiras de ser “apenas” desonestos, porém no Brasil serão considerados legais, não importando o que a mídia e o povo os conclame como imorais; aliás, eles nem se preocupam com isso.

          Oswaldo Colombo Filho 
    O Estado de S.Paulo 22/09/2011
Diário de S.Paulo-Goiás  22/09/2011

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Bolsa alienação, e ocaso da razão.

       O Executivo estima que os gastos totais para a Copa FIFA-14 serão de R$ 23,5 bilhões, o Senado em R$ 40 bilhões, já a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, “projeta”, por enquanto, e sem aditivos, que tais dispêndios superarão R$ 80/85 bilhões. Não inclusos os gastos diretos da malfazeja politicalha Municipal e Estadual, além das isenções/renúncias fiscais e previdenciárias, e que na LDO (orçamento federal até 2015) constam apenas pela sigla NI (não informar?). Mister citar ainda a RDC, constituída pelo Executivo e aprovada pelos representantes do povo para que este não tenha clareza na leitura dos gastos da Copa e das Olímpiadas. Fatalmente chegaremos, ou ultrapassaremos R$ 100 bilhões (US$ 60 bilhões) para que a “bola corra como nunca correu no Brasil” ou no mundo.

      As três últimas versões de tal evento custaram juntas US$ 30,4 bilhões; foram construídos 27 estádios e reformados outros 15. Sequer faremos ¼ disso, e o nosso orçamento aproxima-se de US$ 60 bilhões – o dobro do custo das três últimas edições juntas. No Japão e Coréia (2002) acorreram 327 mil turistas, e os investimentos em estádios não apresentam pleno retorno até hoje, mesmo adaptados a outra atividades e posterior passagem à exploração privada ou uso por Universidades. Na Alemanha (2006), foram construídos apenas dois estádios e reformados outros dez – obteve-se o maior retorno, mas não o suficiente para o resgate daquilo empregado em alguns estádios. Para lá acorreu o maior público de todas as Copas - pouco mais de 820 mil turistas, e o maior número de espectadores em estádios - 3,4 milhões (ingressos vendidos). Na África do Sul (2010), foi empregado pelo Estado US$ 8,4 bilhões e construídos cinco estádios e reformados outros cinco. O lucro declarado pela FIFA foi de US$ 4 bilhões, o maior de todas as Copas. Cinco estádios mal abriram depois da Copa, e ainda permanecem os graves problemas sociais das “cidades de lata” - containers onde em 2008 acomodaram milhares de famílias desapropriadas para construção de estádios. Os hotéis construídos e dimensionados para um milhão de turistas, apenas receberam 409 mil, e estão às moscas, alguns parcialmente fechados. Assim parte da população da Cidade do Cabo “reside” em containers, cinco estádios fechados, governo endividado e por aqui falam de um “legado extraordinário” em Aeroportos e uma espécie de Metrô. Tal legado sequer chegou a 1/3 do total gasto; estádios também foram bisonhamente superfaturados aos auspícios e exigências da FIFA. Para que mais serviu a Copa na África além do lucro extraordinário a esta infame entidade? No Brasil será diferente?

       Faltam mil dias para a festa inaugural deste circo mambembe ao delírio da legião de hienas que veem nisto motivo de júbilo e defendem a realização do evento custe o que custar. Um promíscuo balcão de negócios regado com recursos públicos, ensejando a corrupção e a prostituição política que corre livre, lépida e solta, garantida pela promiscuidade da RDC. Legalizaram a negociata. Em provável jogo de cena, o Ministério Público agora se preocupa com a “explosão” dos custos dos estádios. Preocupação atrasada e inútil daquilo que está em curso e definido - custarão mais que o dobro ou o triplo do que se fossem construídos na Europa. Há provas concretas disso. Relutar ou afirmar que estes recursos são distintos ao que se aplicaria em áreas sociais é hipocrisia ou soberba ignorância, tal qual o é projetar legados ao custo exorbitante a que se estima serão construídos.

   Trata-se em verdade do Bolsa alienação -Panis et circenses”, o nutrimento do retrogrado populismo, numa oferenda aos analfabetos políticos e desregrados da cidadania, para que assim se mantenham e votem em crápulas nas próximas eleições. São “OS ALIEANADOS LESAS – PÁTRIA da nação de chuteiras”.

          Neste “ambiente de negociata”, o Sebrae informa ter realizado estudo - provável publicidade do evento “populista”, em que propala  “que somente em SP, a Copa irá gerar R$ 10 bilhões em negócios às pequenas e microempresas”. - Como neste país falar em R$ 10 bilhões ou R$ 10 mil é a mesma coisa, tal leitura passa despercebida à maioria das pessoas. Pergunta-se: - Qual seria o valor se incluíssem nesse debochado raciocínio, as grandes corporações que realmente faturam de forma significativa com eventos dessa ordem além da FIFA? Se apenas quatro ou cinco jogos rendem tanto – que se faça a Copa sempre aqui! Quanto ao calibre do otimismo desse “esboço publicitário”, a história nos dirá a verdade. Quanto aos fundamentos e citações do legado, não há estória que possa dar substancia ou corroborar com a ilusão propagandeada e enganosa. Sequer observa o que está delineado, e nem traça analogia ao que ocorreu com as instalações dos alegados legados que diziam estar planejados para os jogos Pan-americanos. Antes de tamanha euforia publicitária (falaz) ao que ensejam a Itaquera, por exemplo, dever-se-ia analisar o que ocorreu com o Engenhão, que ficou quatro vezes mais caro do que o já caro orçamento inicial e cujo, então alegado legado ao entorno, não passa de um estorvo à segurança pública num local de abjeto convívio social, tal qual também o é nos Estádios da África do Sul.
  
          Qualquer jogo no Brasil será motivo de júbilo nas cidades sedes, nos Estados, e quiçá no país. Essa brincadeira populista custará um absurdo a nossa economia, e a nossa sociedade. Ao povo, lamentavelmente, tudo é, e será festa, em especial aos que se refastelam com o BOLSA ALIENAÇÃO, e nisto ao que observo não há classe econômica e nem mesmo cultural; o que demostra que o vírus do marasmo da cidadania, do populismo, e do analfabetismo político toma conta da sociedade dormente na imbecilidade e que vê no futebol uma fuga ao desordenamento moral generalizado da nação.  

         Oswaldo Colombo Filho
     Diário de Goiás 21/09/2011
O Estado de S.Paulo 09/10/2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Poder está atrás do trono

        Discordo em essência daqueles que se dizem felizes pela pseudofaxina ética do Executivo, tal qual das afirmações de ser irrelevante a forma pela qual Ministros são indicados aos cargos. “Ao povo, não importa o apadrinhamento do novo titular do Ministério do Turismo, mas sim a sua capacidade e a sua honestidade na gerência do cargo que vai ocupar” (frase extraída de uma coluna de opiniões). – Isto é aposto à cidadania, tal que se fosse faxina não o seria seletiva, versaria a tudo aquilo que está sujo e que o antigo inquilino em sua iniquidade deixou. A quem tem consciência TUDO importa, pois é uma afronta coligar apadrinhamento à competência que somente se dá pela qualificação profissional, expressão técnica, acadêmica além de probidade do indivíduo escolhido. Isto é o mínimo desejável. 

         Não é nem mais aceitável a indicação política para Ministros das mais altas Cortes de Justiça, tais cargos deveriam ser ocupados por Juízes de carreira, com “J de Justiça maiúsculo”, e para tanto já concursados e eleitos por seus pares. Hoje sequer temos Ministros que foram juízes e, portanto aprovados em concursos públicos; aliás, alguns foram reprovados mais de uma vez em suas vãs tentativas, e estão lá a dar pareceres ou a reter processos em benefício de quem os indicou. Isto não Justiça, é fruto da injustiça qualificada pelo apadrinhamento e pelo nepotismo. Vide caso do clã Sarney no STJ e que até garantiu censura ao jornal O Estado de S. Paulo; os expurgos nas cadernetas de poupanças nas mãos de Toffoli no STF; ali também estão os aposentados e o fator previdenciário. Portanto, o apadrinhamento é indefensável e se fosse capaz de algum resultado o estado do Maranhão não seria o mais miserável do país, teria deixado a muito de ser uma reles capitania hereditária. O apadrinhamento, tal qual o nepotismo, largamente difundido no Congresso, e em boa medida na cultura dos brasileiros, não faz parte do manual da competência e da meritocracia; mas sim do conchavo da politicalha, e isto sem exceção tal qual o episódio dessa indicação ao Ministério objeto do tema que sequer deveria existir. 

          Demostrou mais uma vez a nós, - “a parcela da nação consciente”, que temos uma pseudopresidente; pois quem mandou um dos seus assumir no feudo “Turismo”, foi o seu dono - José Sarney e com total e confesso beneplácito de Rousseff. Pior ainda é alguém acreditar que haja faxina, ou qualquer sentido de limpeza ética. Nada mudou apenas a técnica diversionista de mostrar ao público outra forma do populismo atuar. Desceram do palanque, afastaram-se do linguajar de botequim para adotar tom sóbrio e buscar o elo perdido na população mais culta que não foi adesista ao caudilho da gestão anterior e que lamentavelmente se encanta ao canto da sereia, “vislumbrando e vibrando pela faxina de peixes pequenos quando tubarões ainda mandam e desmandam no país, tal qual era antes”. Mais do que nunca, e com o fisiologismo dirigindo o país, e de forma escancarada, pode-se utilizar a histórica expressão: “O poder está atrás do trono”, e nada é aquilo que se vê.

          Oswaldo Colombo Filho
   O Estado de S.Paulo 20/09/2011
Diário da Manhã - Goiás 20/09/2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Muito além dos supersalários

       Os supersalários garantidos pela Justiça aos “super servidores” do Senado, nos custarão nos próximos cinco anos perto de R$ 75 milhões. Quase 500 milionários à custa do erário público entre os quais não poderia faltar Sarney. Sem contar que isso reflete e refletirá no mais escandaloso sistema previdenciário do planeta que abarca estes cidadãos de primeiríssima classe. Mas isto é pouco para a classe dominante que conclama os despreparados a elegê-los, em especial nas “capitanias hereditárias” a norte e a nordeste do país, insuflando-os com palavras de ordem contra a presumível elite que somos nós que pagamos impostos, estudamos, educamos nossos filhos e contribuímos à previdência social.  
       
      Uma rede de TV, em abril último apresentou uma matéria sobre o hospital do Senado. Atende exclusivamente aos Senadores, servidores e ex-servidores da Casa. Trata-se de um anexo com mais de 2.500 metros de área construída, distando cerca de um quilometro do Congresso. Possui um veículo exclusivo que circula continuamente para facilitar a ida e vinda dos “necessitados”. Amplamente equipado, conta com 90 profissionais da área de saúde; 48 médicos das mais diversas especialidades e que recebiam perto de R$ 20 mil/mês. Aos 23 profissionais de ensino médio-enfermagem, radiologia, fisioterapeutas, a remuneração variava de R$ 14 mil a R$ 16,5 mil/mês.  A grande maioria com apenas 20 horas de carga de trabalho/semanal (1/2 expediente). No ano de 2010, o gasto total dessa unidade hospitalar, de fazer inveja ao precaríssimo sistema de saúde público de Brasília, foi de R$ 3,5 milhões e pelo número de consultas realizadas, cada uma saiu ao custo médio de R$ 20 mil. Os servidores, únicos usuários são os beneficiários a custa dos miseráveis sem saúde – os contribuintes, e raramente um Senador aparece por lá. Os servidores são descontados simbolicamente em seus contracheques pelo uso dos serviços e que se completam com excelente rede conveniada. Os senadores nada pagam, e gozam do benefício de restituição de qualquer gasto que eles ou seus dependentes efetivarem - saúde médica ou odontológica, dentro e fora do Brasil. De acordo com o próprio site do Senado, no primeiro semestre deste ano, foram gastos R$ 48.225.950,56 com despesas de reembolso e convênios de toda a ordem em serviços médicos e odontológicos, sendo a imensa maioria em Brasília. Isto corresponde a R$ 267.921,95 por dia; ou ainda a quase R$ 2.000,00/por cidadão de primeira classe do Senado (ativos e inativos) durante o 1º semestre de 2011, enquanto isso no mesmo período, o Mistério da Saúde dispendeu ao resto da nação – os “cidadãos de segunda”- R$ 141,90 (per capita). 

  O blog do Movimento Cívico Brasil Dignidade (http://movimentobrasildignidade.blogspot.com/2011/09/muito-alem-dos-supersalarios.html) detalha as despesas médicas das Excelências e de seus vassalos, vale a pena conferir, siga o link.

            Ainda no primeiro semestre de 2011, o Senado, um dos buracos negro do Tesouro Nacional, reembolsou a seus membros R$ 875.259,32 a título de auxÍlio funeral.

              A folha do Congresso mais caro do mundo nos primeiros seis meses desse ano, foi de R$ 2,2 bilhões aos servidores ativos e mais R$ 1,3 bilhão aos inativos. Sem contar ao que advirá pelos atrasados à generosa concessão da Justiça Federal em que se relacione aos supersalários dos ativos, assim como pela decorrente equiparação e/ou correlação aos inativos. Vale ainda considerar o déficit ao Tesouro (os contribuintes–cidadãos de segunda classe) em suportar as soberbas aposentadorias dos cidadãos de primeira classe. Diante disso, e pela máxima que foi colocada à nação na sessão de submissão à moral de Jaqueline Roriz: “a legalidade e o direito de alguns superam os padrões de moralidade da nação” - o que podemos esperar dos putrefatos defensores dos Poderes Republicanos instalado no governo lulopetista?

       Oswaldo Colombo Filho 
O Estado de S.Paulo - 17/09/2011
Diário da Manhã-Goiás 16/09/2011 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A cachaça e Brasília aos 51


          Lendo os jornais constata-se o absurdo que o Judiciário nos custa; e ainda querem aumento em seus proventos, simplifica-se assim a compreensão da falta de justiça no Brasil. A Justiça aqui é tão cara que eles a economizam. Assim explica-se como Dirceu está à solta e tripudia, e Battisti posa para fotos num bar. A respeito disso, li manifestação de um brasilense indignado com essa imagem (é sério), disse ele: “Battisti, é uma pessoa comum e esta triste por estar longe das filhas, e não estar integrado à comunidade, e continua sendo cruelmente tratado pela imprensa”. – Pessoas comuns não fazem parte da lista dos mais procurados terroristas pela Interpol. A analogia beócia e/ou etílica do brasiliense deve consubstanciar-se pelo fato de que as famílias das vítimas do homicida são beneficiadas por estarem próximas aos túmulos de seus entes assassinados, e estes por sua vez, já integrados aos cemitérios em que foram sepultados. Battisti deve mudar-se para Brasília, e nas vizinhanças dos seus defensores, para que a integração seja producente. Lugar algum no mundo possui tanta sintonia entre crimes hediondos com assassinatos travestidos de crimes políticos como Brasília. Suplicy deve adotar Battisti para enfeitar seu gabinete; o senado comtempla na exata medida a questão em face de sua miséria moral. Ainda com relação ao senador, há uma frase que lhe foi atribuída: “Passar a mulher pra trás é fácil. O difícil é passar adiante”; referindo-se a Martha, aquela do relaxa e goza, e que está feliz, pois segundo pesquisas, tem aceitação de 30% dos paulistanos e rejeição de outros 30% e, dentre estes está até Lula! – “Incrível até o cara não aguenta mais; - é isso ai cara, ela que fique relaxada em Brasília, e você (Lula) vá ajudar Cristina nas eleições argentinas; e coloque em prática uma de suas perolas “palanquei em latim para os latino-americanos”. Implante o bolsa parrilla e dê aulas de tango, usando o Haddad como par”.
 
        De volta a Brasília, que chegou aos 51 anos, lembremo-nos do ledor de proclamas da corte - Cândido Vaccarezza que promulga a volta da pseudoCPMF. - A pseudopresidente aceita o nosso 64º tributo. Vaccarezza está mais para papagaio de pirata do que para porta voz de governo. Não vai longe, irritou-se com a pseudoposição que desmoralizava os programas sociais do governo; sem pestanejar papagaiou:- “Se cada beneficiário do bolsa família comprar uma garrafa de cachaça por mês, já estaríamos dando um grande passo para o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro”.  Deve ser por isso que está faltando álcool combustível!  Lançou o procachaça do PT. -“Cachaça Brasília 51” - ideal para o bolsa família, envelhecida desde 2003 “Genoina”, a única cana que o PT toma e não reclama (pois das outras têm quem livra a cara deles). Agora, imaginem o rótulo,. . . e o garoto propaganda da dita cuja.

    Se Lúcio Costa e Niemayer soubessem no que ia dar, não projetariam Brasília na forma de asas de avião, mas sim de um camburão, e bem grande para caber 38 ministérios, além dos demais poderes da república e fãs de assassinos e terroristas.
        
        Oswaldo Colombo Filho
Diário da Manhã- Goiás-15/09/2011  


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O custo de um circo mambembe para ignorantes

O Estádio do Juventus em Turim, inaugurado recentemente, custou €122 milhões, ou seja, R$ 325 milhões e possui capacidade para pouco mais de 41 mil espectadores, foi financiando pela iniciativa privada. Tal valor se aproxima da Arena do Palestra Itália que para 47 mil expectadores custará R$ 310 milhões, também financiado pela iniciativa privada e sequer conta com isenções fiscais ou as aberrantes renúncias previdenciárias. Ambos obedecem a padrões internacionais de arenas multiuso em termos de qualidade, conforto e segurança

O Executivo estima que as despesas totais para a Copa FIFA-é de R$ 23,5 bilhões, e o Senado em R$ 40 bilhões(?). Porém, Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, “projeta” que chegará a mais de R$ 8o bilhões, por enquanto; e não inclusos as benesses por conta das isenções que na LDO (orçamento federal) surgem pela sigla NI (não informar?); além da politicalha dos Estados e Municípios. Provavelmente chegaremos a cifra dos R$ 100 bilhões para que a “bola corra” como nunca correu no Brasil. O Ministério Público está preocupado com a “explosão” do custo dos estádios para a Copa, segundo notícias recentes nos revelam. Fatalmente custarão mais que o dobro ou o triplo, do que se fossem feitos na Europa, mesmo com terrenos e mais recursos doados pelo erário público e a maioria deles será de inútil retorno social ou econômico; patente exemplo é a relação custo e aluguel do Engenhão – uma verdadeira doação a uma entidade privada.

A Copa do Japão e Coréia (2002) custou US$ 16 bilhões, e foram construídos vinte estádios. Na Alemanha (2006), o custo foi de US$ 6 bilhões; foram construídos dois estádios e reformados dez, e teve o maior retorno econômico. Na África do Sul (2010), o custo foi de 8,4 bilhões e construídos cinco estádios e reformados outros cinco. A versão tupiniquim da Copa FIFA- 14, que Ricardo Teixeira e Lula diziam que não haveria dinheiro público a financiar, atinge no mínimo segundo o Senado e empreiteiras US$ 40 bilhões, e os orçamentos não estão fechados e nem lhes é dado maior transparência. Segundo as mesmas fontes trata-se de previsão conservadora, pois sequer existem orçamentos executivos finais levantados. A explosão fatalmente será dantesca. A lição dos jogos Pan-americanos de nada serviu e prevaleceu o populismo e a ignorância popular que nem imagina o peso de tantos recursos utilizados fora de melhores propósitos do que propiciar circo aos ignorantes.

        Oswaldo Colombo Filho
Diário da Manhã - Goiás - 14/09/2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Renúncias previdenciárias


Tantos e quantos já foram os discursos governistas proferidos de que somos o maior produtor de alimentos do mundo. É indubitável o potencial do Brasil, mas a incompetência governamental e a politicalha já não permitem ainda que nos valha louvar a terra abençoada que possuímos. Notícias recentes, e que já não causam mais estranheza, nos dão conta que em New York as frutas: banana, coco e mamão-papaia já estão mais baratas que em São Paulo! É sabido que exportamos produtos agrícolas (commoditties) com subsídios; um deles próprio da esquizofrenia neoliberal são as renúncias previdenciárias, uma obra tupiniquim que vai além do que seria razoável conceder a instituições filantrópicas. As citadas na LDO 2012 totalizam $ 2,7 bilhões - e que foram aprovadas pela presidente e que em ato contínuo rejeitou o possível aumento aos aposentados no mesmo exercício. Ciente deste desvario, o governo não divulga desde 2008 os valores mensais “das renúncias” concretizadas, ou efetivadas. Também não dá mais anualmente a público o que chamam de SONEGAÇÃO VISÍVEL ao INSS na área rural, e que foi em sua última edição (2007) estimada pela Diretoria de Arrecadação do órgão em R$ 40 bilhões. Algo extremamente significativo ao RGPS – rural que produziu em 2010 o saldo previdenciário negativo de R$ 50,7 bilhões. Neste contexto, fartam-se alguns analistas, alienados em sobrelevarem-se na dissertação do tema “previdenciário”, insistindo no aspecto déficit, sem sequer analisar a fundo a questão, e, portanto em nada contribuindo para ao litígio que envolve milhões de famílias.


RENÚNCIAS PREVIDENCIÁRIAS - em adequada definição substituem renúncias fiscais e não passam de transferências de recursos do Orçamento da Seguridade para o Fiscal (Tesouro). Não se trata de uma questão de contabilidade como alguns afirmam, versa sim pela ilógica e malfazeja forma de subverter os fundamentos de orçamentos públicos, tal qual o princípio de destinação e dotação com que se arrecada junto à sociedade. O que um aposentado tem a ver com o intento do governo em subsidiar as exportações de commodities agrícolas, e que pela natureza classificatória têm preços fixados pelo mercado global

Em breve detalhe, o etanol exportado goza da citada benesse; bateu recorde de exportação dos últimos 22 meses; enquanto isso, a redução da oferta no mercado interno onera os custos dos combustíveis (!?). Incentivamos à exportação até daquilo que nos faz falta. Pelo visto, logo ficaremos com as benesses que só o bagaço da cana possa legar. As receitas totais de exportação do setor sucroalcooleiro em 2011 já somam US$ 762 milhões – incremento de 26% comparando-se a igual período do ano anterior. A Cosan, maior produtor e exportador de álcool e açúcar do país, já exportou, em volume, 605% a mais do que igual período de 2010.

O crescimento do agronegócio nas exportações, em que pese as commodities (soja; café; milho etc.), já superaram em 28% o de igual período de 2010. Crescem desde 2009 num compasso muito maior do que as “previsões de renúncias previdenciárias ao setor rural”. Assim elas estão inscritas, na LDO, aprovadas e divulgadas como oficiais e sem analogia posterior para com o efetivado, o que vale dizer, que a público, tais projeções estão subestimadas, assim como o valor total, que sequer considera as concessões a times de futebol e a Copa FIFA 2014 (até 2015); e nem mesmo o efeito que a ampliação dos limites de faturamento (50%) para microempresas causará à benesse já concedida ao setor, que é de 53,5 bilhões no quadriênio 2011/14. Este é mais um patente exemplo de renúncia fiscal; ou as ME’s são entidades filantrópicas?

No total já estão aprovadas -R$ 15,4 bilhões para 2012; ou ainda $ 48,9 bilhões no triênio 2012/14 (última LDO)- caracterizadas como renúncias fiscais e aqui não inclusas às outorgadas a entidades filantrópicas. Equivalem a 0,4% do PIB ou ainda 7% da receita do RGPS.

Sem divulgar os dados reais das renúncias; das “sonegações estimadas”, tal qual a dívida total ao INSS atualizada; o governo através do Ministro Garibaldi Alves esquiva-se da realidade e contínua alegando falta de recursos para atender os aposentados e trabalhadores do RGPS-urbano. O direito dos prejudicados não está nada além do mínimo ético que o governo deveria pautar-se e não omitir-se em produzir justiça.  Injustiça que se configura na transferência de renda dos contribuintes do RGPS para a OLIGARQUIA COLONIAL RURALISTA.

       Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 08/09/2011
Diário da Manhã - Goiás 09/09/2011 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Infeliz a geração cujos juízes merecem ser julgados"

Ao pronunciar a mentira: - eu não sabia, Lula da Silva inaugurava uma nova fase da historieta republicana brasileira. Demostrou sua viva aptidão política; como bem assinala Nêumann Pinto em seu livro - O que sei de Lula. Primeiramente fazer política não significa trilhar o precário caminho de Lula, que furtou a confiança de milhões, pois quem rouba a confiança é o maior dos ladrões, diz o ditado. Mostrou ao que veio, e sem pudor retirou a camuflagem pela qual foi eleito e aprofundou suas alianças com o mais espúrio fisiologismo da política brasileira. De pronto, e para se sustentar no Poder, mudou seu discurso em relação a Sarney; Collor; Calheiros e Barbalho; enquanto a oposição apaniguava:- “tudo pela governabilidade” (FHC), provavelmente pensando ser astuta para tirar alguma casquinha e deu-se mal, muito mal; e por incrível que pareça quer repetir a dose.

Dirceu, agora até se manifesta nos portais, é homenageado (?); leitores retrucam indignadamente. Recentemente, e depois da sessão em vassalagem a Jacqueline Roriz, as manifestações tomaram rumo mais direto; trata-se de um novo estágio onde as expressões e até o uso de vocábulos está mais apropriado aos crápulas; certamente a desgosto e pudor do Senador Humberto Costa. Aquela noite estará para sempre na parede da memória dos homens decentes deste país. Poder-se-ia gravar num monólito a ser ficado na Praça dos Três Poderes “A CATERVA UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA - Brasília 30/08/2011”. É a verdade eleitoral, é a nossa atual verdade republicana e contra a qual devemos nos insurgir. Não há mais espaço para as duas coisas. A moral não cabe onde a imoralidade domina. O Parlamento; após a era lula, tornou-se o maior entreposto de interesses escusos deste país; o maior mercado negro onde estão em leilão os desígnios de milhões de famílias. A força do direito deve superar o direito da força (Rui Barbosa). Ou são eles, ou somos nós.

O Poder Judiciário que pelos desserviços morais que impõe à nação, e apesar de ser o mais caro do planeta, exige melhores salários. Querem mais R$7,7 bilhões de reais /ano. Pressionaram a pseudopresidente – isto já virou moda, qualquer corrupto; seja senador; deputado; ministro - algemados ou não, e agora chegou a vez dos togados! Aperta que sai! - grita um no fim da fila! E os aposentados, que queriam e merecem apenas 1/3 disso. Algum resto de consciência suspira aos demais?  A resposta vem em coro: “Eles que se lixem...!” - Afinal é necessário que as Excelências satisfaçam “la dolce vita, nel dolce far niente”. Afinal reter os processos: mensalão, poupanças, aposentadorias, tudo a serviço da república petista tem seu custo. No “pós-lula” – tudo é negociável. Está é a politicalha do lulopetismo espalha-se como metástase por todos os Poderes da República onde tudo se faz por conveniência tal qual a prática da gestão pública decorre apenas pelo melhor lance dado aos seus operadores. Há algum opositor? Não; pois as consciências que por isso aguardam já estão em debanadas; - os que podem e que se sintam dignos a esta missão que alcem voo antes que seja tarde demais.

       Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 07/09/2011
Diário da Manhã - Goiás 08/09/2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Envergonho-me da Justiça brasileira

Com relação à acusação por formação de quadrilha, no episódio do mensalão, - eles nos venceram. Fragorosamente fomos derrotados por decurso de prazo, prescrição da acusação, e outros que tais que a imoralidade provedora se vale oportunamente a consubstanciar desculpas pela Justiça despojada de vergonha ao descumprir seus desígnios. O Ministro do STF, um “tardinheiro”, conforme Rui Barbosa, tanto se ausentou que favoreceu o acerto das previsões do líder da quadrilha. “Nunca nada será sentenciado” profetizou o banal falastrão. O inconteste desvalimento do Poder Judiciário, em que se demostra pela sua mais alta Corte, está registrado no flagrante inédito de um foto que em verdade a milímetro deixou claro nos principais jornais do país a reunião das três maiores autoridades do lulopetismo. Estavam no Congresso da facção delituosa, e que momentos antes Dirceu havia sido o mais ovacionado pelos militantes-meliantes. Dirceu, ao lado da pseudopresidente, e do ex-presidente, que já superou sua humildade e o rol daqueles populistas que se acham deuses, agora ele tem certeza de que é!  

 A frouxidão, o pouco caso pela ética e moralidade afeita à coisa pública jamais teve tal dimensão. A voz da consciência e da honra na justiça é quase que nula contra os desmandos e à pilhagem do erário. Não se comemora a honra. Difícil dizer, mas é cada vez mais intensa a vergonha do futuro que legamos aos nossos filhos e netos diante da ação e da aceitação de atos praticados por tantos hipócritas e coadjuvantes de delinquentes influentes. Que vergonha é a justiça do meu país.


     Oswaldo Colombo Filho
    O Estado de S.Paulo 07/09/2011
  Diário da Manhã Goiás 08/09/2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Caminho para o futuro

Não há no cotidiano da vida nacional, seja na área social ou econômica que tenha maior prioridade que um determinado tema que se sobreleva a todos neste momento. Conquanto tantos tenhamos por resolver, embora haja tantas prioridades um deles requer destacada atenção. É o pior cancro que pode existir na gestão pública, e no Brasil, em especial após o mensalão, isso se transformou em metástase, não há melhor definição. O lulopetismo-fisiológico coroou politicamente e deu forma de assalto ao erário com o completo apreço do analfabetismo político dos eleitores e da politicagem escusa do corporativismo conivente e complacente. O escárnio que foi a sessão da Câmara em 30/08/2011, demostrou claramente e abertamente que o parlamento age tal qual um “sindicato do crime organizado”. Um mínimo de moralidade exigiria novas eleições de imediato.
Qualquer tema não prosperará por mais nobre que seja e que deva sobrelevar nossas atenções, a canalhada está à solta, pondo e dispondo, mas aos seus interesses e não aos da nação. Vivemos um tempo em que impera a pior face da putrefação dos princípios da ética necessários a gerir a coisa pública. A barganha é a ordem; o povo vê na imagem dos canalhas no Poder a sua própria, a de malandro, a do vagabundo que leva “vantagem”, e assim espera a sua vez para se possível fazer melhor; enquanto isso, e como é burro leva sempre a pior, quão mais pobre mais é escorchado em impostos e juros. Este é o exemplo que o apedeuta deixou.  Vergonha na cara é algo que ele revogou na vida pública quando disse “que não sabia do mensalão”; e agora assistimos a exacerbação e afronta aos cidadãos pacíficos. E assim pedimos a Deus que as coisas permaneçam.

      Cidadão haja e proteste no próximo dia sete. LUTO Simbólico contra a corrupção. Use uma peça de roupa preta, coloque um pano preto na janela de sua casa ou apartamento, amarre uma fita preta na antena de seu carro – afinal, use a imaginação!  Demostre sua retaliação contra a moral apedeuta que acoberta o prevaricador, o concussionário e toda corruptela política aparelhada no Estado. Sem tua ação não há como execrar da vida pública o negocismo, e a derradeira prostituição política. É hora do basta!   Nem mesmo é necessário é ir longe para encontrar adeptos nesta empreitada, pois todos de boa moral estão fartos. Se quiseres ser um aguerrido voluntário da cidadania busque isto também em todos que te rodeiam; debaixo do mesmo teto; não duvides, basta um brado, certamente professará o mesmo credo.
Honremos a nossa passagem pela vida que o Criador nos propiciou e não doemo-la aos hipócritas e imorais que tomaram de assalto o Poder deste país. Dizia uma dos mais dignos filhos desta terra, “quem não luta por seus direitos é porque não merece tê-los Existe maior direito do que o que foi nos legado pelo Criador - uma vida Dignificada que nos é roubada e desperdiçada por corsários que assumiram a gestão pública? 
Temos que encontrar o caminho para futuro. Não há tempo a perder.
      Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 02/09/2011
Diário da Manhã - Goiás 04/09/2011