quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O custo de um circo mambembe para ignorantes

O Estádio do Juventus em Turim, inaugurado recentemente, custou €122 milhões, ou seja, R$ 325 milhões e possui capacidade para pouco mais de 41 mil espectadores, foi financiando pela iniciativa privada. Tal valor se aproxima da Arena do Palestra Itália que para 47 mil expectadores custará R$ 310 milhões, também financiado pela iniciativa privada e sequer conta com isenções fiscais ou as aberrantes renúncias previdenciárias. Ambos obedecem a padrões internacionais de arenas multiuso em termos de qualidade, conforto e segurança

O Executivo estima que as despesas totais para a Copa FIFA-é de R$ 23,5 bilhões, e o Senado em R$ 40 bilhões(?). Porém, Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, “projeta” que chegará a mais de R$ 8o bilhões, por enquanto; e não inclusos as benesses por conta das isenções que na LDO (orçamento federal) surgem pela sigla NI (não informar?); além da politicalha dos Estados e Municípios. Provavelmente chegaremos a cifra dos R$ 100 bilhões para que a “bola corra” como nunca correu no Brasil. O Ministério Público está preocupado com a “explosão” do custo dos estádios para a Copa, segundo notícias recentes nos revelam. Fatalmente custarão mais que o dobro ou o triplo, do que se fossem feitos na Europa, mesmo com terrenos e mais recursos doados pelo erário público e a maioria deles será de inútil retorno social ou econômico; patente exemplo é a relação custo e aluguel do Engenhão – uma verdadeira doação a uma entidade privada.

A Copa do Japão e Coréia (2002) custou US$ 16 bilhões, e foram construídos vinte estádios. Na Alemanha (2006), o custo foi de US$ 6 bilhões; foram construídos dois estádios e reformados dez, e teve o maior retorno econômico. Na África do Sul (2010), o custo foi de 8,4 bilhões e construídos cinco estádios e reformados outros cinco. A versão tupiniquim da Copa FIFA- 14, que Ricardo Teixeira e Lula diziam que não haveria dinheiro público a financiar, atinge no mínimo segundo o Senado e empreiteiras US$ 40 bilhões, e os orçamentos não estão fechados e nem lhes é dado maior transparência. Segundo as mesmas fontes trata-se de previsão conservadora, pois sequer existem orçamentos executivos finais levantados. A explosão fatalmente será dantesca. A lição dos jogos Pan-americanos de nada serviu e prevaleceu o populismo e a ignorância popular que nem imagina o peso de tantos recursos utilizados fora de melhores propósitos do que propiciar circo aos ignorantes.

        Oswaldo Colombo Filho
Diário da Manhã - Goiás - 14/09/2011

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