Não votar é uma omissão cívica e nada
mais do que isso. O sujeito deste ato está e estará fadado a não se meter em
nada; porém já se meteu pela forma que o escrutínio é apurado e apontado no
Brasil e onde o voto de um nordestino analfabeto que inflado pelo bolsa voto, vale tanto quanto o de cento e
cinquenta universitários cariocas ou paulistas. A omissão é chamada de
neutralidade em bom dicionário; porém em civismo é explícita covardia, pois o
voto é elemento fulcral na ação democrática e republicana. Isso (render-se à
omissão) significa apoiar aquele que obviamente vencerá. Para ele - o
covarde, não importa o resultado, e aos participes do processo eleitoral, sejam
de uma corrente ou outra, sequer se importam em saber a opinião de quem se
acovarda nas sobras da quirela. Pessoalmente, entendo que se nem participar
deseja tal elemento no processo eleitoral, não lhe caberá direito algum em
criticar qualquer candidato, ou governante, nem mesmo os mensaleiros, pois como
omisso ele sempre apoia os vencedores dos escrutínios - é um derrotado moral,
pois elege a todos governantes e depois crítica a quem notadamente ajudou a
preferir. Ora não sabe que de seu ato surtirá efeitos positivos e/ou negativos
em sua vida e aos demais cidadãos? Não tem respeito próprio e nem ao próximo.
Ele nunca terá razão em qualquer situação ou pleito, afinal não opinou!
Quem
não participa não está habilitado frente aos que se expuseram pelos interesses
comuns a todos da sociedade, ou seja, exerceram sua cidadania.
Ser cidadão não
é somente, cobrar direitos, mas ter obrigações; e escolher quem representará o
povo ou evitar que fichas sujas o façam, sendo assim é uma grande obrigação de
cada um de nós. Hélio Bicudo proclamou recentemente que no Brasil de hoje é um
crime quase que hediondo a não participação cívica. Rui Barbosa, no século
passado nos legou que a "maior é a vergonha não é a derrota, mas sim
aquela de não ter lutado" - acrescento que a pior é de ser taxado de
covarde, como não votar e cacarejar sob qualquer estereótipo estúpido e infame
de que na democracia não há saída contra a politicalha. Muito desses omissos ou
anuladores profissionais, devassos da prática republicana e até por maioria
dizem "estou bem, o resto que se dane". Há milhões de pessoas com
esse comportamento no Brasil. Pois quando as coisas vão mal pedem ajuda ao
"resto que antes mandaram se danar". Assim no Brasil impera o egoísmo
em uma raça dividida, explorada por agiotas, sem solidariedade entre cidadãos,
onde não se encontra honestidade nos homens públicos. Nutrimos a falta de
consciência cívica e moral que vagabundos exploram e se beneficiam, assim
impuseram como a bandeira no Planalto central. É hora do basta, seja agora ou
não, mas pelo voto é que esses canalhas entraram e é por ele que devem sair; e
quão maior descrença se impuser às práticas democráticas e republicanas
estaremos sim fazendo com que essa gentalha, seja de um partido ou outro, de
uma região ou de outra, permaneça no poder de nossa Pátria.
Solidariedade,
cidadania e dignidade no seio de nosso povo é o que mais precisamos para não nos envergonharmos perante às futuras gerações.
Oswaldo Colombo FilhoO Estado de S.Paulo 22/10/2012
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