sábado, 1 de outubro de 2011

Tributo a incompetência e a mediocridade

A presidente, como tradicionalmente ocorre, abriu a sessão inaugural do exercício da Organização das Nações Unidas. No ano anterior, o seu antecessor não foi, e designou o seu chanceler - Celso Lafer para substituí-lo pelo receio de ser criticado pelo escrachado relacionamento que mantinha com ditadores mundo afora. Em seu pronunciamento, Rousseff, defendeu a quebra das patentes de medicamentos contra doenças crônicas. A exemplo do aumento do IPI seletivo a automóveis importados da Coréia e China, que dias antes o Ministério da Fazenda anunciou, impondo alíquotas superiores entre 120% e 428% superiores, cria-se mais uma panaceia com o resto do mundo ao amargor dos consumidores brasileiros. É o fardo da incompetência legada por Lula.

Vale ajuizar em tempo hábil e oportuno, que não se aponte a posteriori a opinião pública ou governos estrangeiros pelos nossos desenganos ou maus resultados políticos no exterior, antes de examinarmos se os culpados não se acham aqui mesmo, em especial nos malfazejos pelas mentalidades de assessores de vocação política retrograda, pulsados em ódio a outros povos ou por suas formas de governo. No governo passado, este foi o norteamento obtuso da política externa brasileira, e que em toda sua história republicana jamais agiu em tamanha desconformidade.

 A indústria farmacêutica investe bilhões de dólares para pesquisar e produzir medicamentos que possa levar ao mercado. Até lá todos os dispêndios incorrem por sua responsabilidade e risco. O chamamento de Rousseff na sessão inaugural da ONU parece, em princípio, ser digno de um apanhado moral, porém nada mais é do que um discurso vazio, afinal quem investiria ou agora investirá aqui no Brasil para ter quebradas suas patentes? O Governo investirá nestas pesquisas? Em sendo a mais alta autoridade do país e representante da nação não poderia apropriar-se dessa exaltação demagógica, travestida de moralista, buscando apreço das nações pobres, tal qual seu antecessor fazia vulgarmente. No Brasil, aqueles que têm condição de pagar por medicamentos, os compram com a maior carga fiscal embutida que existe no planeta, variando de 34% a 36%. Isto sim é um acinte, e não corruptos algemados como se indignou a senhora presidente ao vê-los estampados nas primeiras páginas dos jornais, e para sua surpresa fieis companheiros de seu partido, todos já em liberdade, a mando das nossas suspeitas Supremas Cortes! Não existem royalties, patentes, ou seja, lá o nome que se queira dar em qualquer medicamento ou bem comercializável no mundo, que seja superior a carga tributária existente no Brasil. A Sra. presidente estava literalmente sendo demagoga ao discursar na ONU. Se não tinha o que falar que não fosse, ou arrumasse outro tema. 

Que tal:- a evolução dos indicadores socioeconômicos do Maranhão face às transferências de recursos recebidos da União nos últimos 40 anos, ou ainda a corrupção que herdou do governo de Lula. Seriam temas mais interessantes aos ouvintes.

Aos veículos coreanos e chineses- tiveram seus impostos majorados de forma abrupta, pois em verdade estavam com preços ao agrado do mercado (consumidores) e em desagrado à concorrência, mas ainda em incipiente participação. Na verdade, a exceção da FIAT e aos japoneses (além dos coreanos e mesmo aos chineses ora prejudicados), os demais carros produzidos no Brasil estão para “aquilo que a indústria no exterior produzia a cinco ou seis anos atrás”. Os consumidores brasileiros é que foram prejudicados, pois estes automóveis chegavam ao Brasil, depois de atravessar meio mundo, esbanjando qualidade, completíssimos em termos de assessórios, impecáveis nas qualificações a que se propunham, altamente econômicos oferecendo garantias de três a seis anos; ou seja, o triplo ou o sêxtuplo dos carros nacionais. Um governo incompetente concedeu enorme e digno "tributo" a seu próprio e característico quesito: - “a incompetência, e quem se beneficia é a mediocridade - o lobby das montadoras locais. Lamentavelmente uma sustenta a outra.   

       Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 23/09/2011
                    Diário da Manhã 01/10/2011

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