domingo, 2 de outubro de 2011

CARPE DIEM

Enquanto se discutem técnicas de expurgo, manifestações ou socorristas, contra a imoralidade que assola o país da corrupção escancarada, o auxílio à dignidade nacional se atrasa pela inoperância cívica. O desalinho ético, e desrespeitoso de um ministro de estado declarando publicamente: - “não me importa a opinião pública”, demostra o estágio putrefato que assola os poderes republicanos e aduz a total desfaçatez à força popular que adulam, mas tem em seu íntimo como omissa, acabrunhada e até covarde.

  Tais desígnios, e como nunca o foi, trazem tantos e quantos infortúnios ao que a nação arca pela magistral incompetência e pela falta de ética na gênese dos homens públicos brasileiros. Assistimos a um festival de patifarias. Os vínculos entre a formulação de um estado de legalidade a escabrosas situações, não importando a moralidade, atam os delituosos do mesmo nível de responsabilidade e baixeza de caráter. Um acoberta o outro, ou até o inocenta em Cortes formais. A moral passou a ser subjetiva para legisladores e nas altas Cortes do país onde se amontoam processos ao vil interesse de “poucos”. Mesmo assim, o corporativismo togado se insurge quando “molestado” por vagar sem produzir ao que minimamente poderia se esperar.

A classe média se compraz no “TER, e não no SER”; deixam seu ego com os agiotas. Os moços, moças, estudantes não fazem jus a atributos próprios da jovialidade em revolucionar e inovar, estão entregues ao peleguismo de carreira. São parvos, poucos são os que pensam no futuro e sabedores da porta estreita, e dos limites da sábia destra que os aguardam. O povo, já inconsciente dos limites da decência, caminha sob a orientação dos versados guardiães do populismo fisiológico que tomou todos os Poderes de assalto. São eles as fontes de referência àquilo que seja um bom futuro aos incautos. Que país é este? Uma nau sem rumo e ao sabor dos ventos.
Em verdade aqui estamos, pois este é o nosso lugar, é o nosso momento e o nosso merecimento. São nossas provas e que nos envidam a fazer ressurgir no povo os caráteres da moral, da liberdade, da ordem e do civismo e respeito às leis que é por onde prosperam os Estados e a honra das nações e das famílias.

Será inútil nossa passagem pela vida se não a fizermos valer a pena, e sem a perpetrarmos em evolução nos bons propósitos. Nosso destino tem apenas dois selos herméticos, - um que se abre quando aqui chegamos com nossa veste carnal e outro que nos vale quando em espírito, despojados dessa veste, partimos para a pátria espiritual. No interstício de tempo ali marcado, que não se pode predefinir por um calendário, mas pode-se ao fim dele mensurá-lo em conteúdo e qualidade daquilo que nele foi feito em prol do próximo. Aqui se consagra o maior ensinamento do Evangelho de Cristo, neste senso da espiritualidade transcende-se a tudo e faz–se verdadeiro o respeito ao convívio entre os homens. Durante o transcurso nos cabe o livre arbítrio, nada que não possamos querer ou fazer, tal qual ninguém poderá se evadir da saída quando o destino lhe asseverar o fatal e derradeiro momento. É um breve trajeto dentro da eternidade de nossas almas, em que possa pesar contrariedades e as crueldades dos homens como estes que dirigem o país; porém, o mal afligido sempre há de ser menor que o bem que possamos fazer e perpetrar, basta que queiramos. Basta que cada membro desta geração, valha-se de seus corações e mentes em produzir a este país o mais fiel desejo e doravante se pautar pela tarefa de mudar os destinos da nação, plantando um futuro melhor, deixando assim um legado virtuoso aos que nos seguirão. Como? Com aquilo que possuímos e que dinheiro algum pode comprar. É a hora das responsabilidades. O Mal é apenas a ausência do bem! Tal qual a escuridão é a ausência da luz; jamais a escuridão se sobrepõe a luz quando esta persiste, assim também ocorre com o BEM em relação ao MAL. Façam valer suas vidas, um dia após outro como se fosse hoje o último.
 - Carpe diem

          Oswaldo Colombo Filho
Diário da Manhã - Goiás 02/10/2011
                             O Estado de S.Paulo 12/10/2011 

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