quinta-feira, 1 de março de 2012

As desventuras de uma nação

As desventuras de uma nação é correspondente ao avanço moral expresso em suas manifestações culturais”. A clara expressão desta assertiva ficou comprovada ao que ocorreu no carnaval de São Paulo. A escola de samba “gaviões da fiel”; expressão minúscula até na razão de existir e continuar existindo, demostrou a sua sórdida consciência cívica desde a letra do seu samba enredo, até na manifesta balburdia quando da apuração dos votos.  Acertou em cheio ao homenagear Lula, pois qualquer outro não seria mais digno de tamanha baderna num espetáculo pavoroso de civilidade. Dona Marisa Letícia, a que foi Primeira Dama sem nunca ter exercido tal cargo; empoleirada num carro alegórico, desfilou ao som do samba enredo referindo-se a seu marido - “que deus pai iluminou”. O “deus pai” que o iluminou, e pelo que ele fez e faz no sentido de tudo que transcorreu na sua vida pública, de fato não procede de um Deus Pai que mereça letra maiúscula, e não por ignorância do autor da “obra prima” de supimpa cafonice; mas sim porque um Ser Superior não unge mérito à patifaria; ao deboche; ao escárnio da moral que primou a vida pública do apedeuta homenageado. O mundo assistiu a verdadeira face dos devotos do lulopetismo, nada mais digno a abrilhantar sua passagem pela história. 

       Oswaldo Colombo Filho
O Estado e S.Paulo 23/02/2012

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