A plenipotência dos valores dos governos brasileiros jamais teve em suas entranhas tamanha caracterização como o lulopetismo obteve na construção de sua base parlamentar e nas nomeações aos cargos públicos. Não há qualquer senso de meritocracia na distribuição das incumbências nos Ministérios que se tornaram feudos das facções políticas aliadas. Foram loteados cargos, Ministérios, Autarquias e Estatais, num despropósito absurdo que a sucessora de Lula mantém em total sintonia aos oito anos precedentes. Tudo como dantes, nada mudou, e quem rege o Estado é o clientelismo e o fisiologismo incrustrados em todos os Poderes da República.
Os gastos com pessoal no âmbito Federal corresponderam a R$ 196,6 bilhões (ativos e inativos), um acréscimo de R$ 13,2 bilhões sobre o ano anterior; ou seja, quase o dobro que governo lulopetista emprega anualmente em saneamento básico em todo país. Não é por outro motivo que na última década o país continuou com metade de seus municípios sem coleta e tratamento de esgotos. Todos demais gastos do governo federal chegaram R$ 664,6 bilhões; ou ainda mais R$ 84,5 bilhões que no ano anterior. Resultado, mais impostos e menos investimentos. Esse é o país do amanhã e que surfará na marolinha da prosperidade do demagogo mor. Um país sem projeto social e econômico e, portanto sem futuro. Tão fácil analisar se Mantega está com a razão quando afirma que em vinte anos teremos padrão de vida de primeiro mundo, - sugiro ao leitor que olhe para trás e veja se vinte anos atrás esses mesmos países estavam como nós estamos hoje em termos de qualquer indicador socioeconômico! Mantega é um claro exemplo daquele que fala sem pensar.
O reflexo no cenário econômico se dá pela baixa produtividade e não estritamente pelo aumento das remunerações tal qual no aumento do salário mínimo como muitos apregoam; afinal o salário médio na iniciativa privada é apenas 2,3 vezes o salário mínimo – “nunca antes na história desse país”, (expressão esta tomada do aculturado pregador da imbecilidade), obteve-se tão baixa relação. Comprova-se assim, que o enriquecimento e distribuição de renda, pelo neoliberalismo perpetrado por FHC e assumido pelo lulopetismo-fisiológico é: - quem tinha algo agora possui menos, pois passou para quem tinha pouco; e quem tinha muito agora possui muito mais; não fosse isso, o nosso índice de concentração de renda (Gini) não seria próprio dos países Africanos - de quinto mundo onde os 10% mais ricos detém quase 47% da riqueza do país; muito próximo do que estávamos há décadas.
A principal reforma que urge - é a da moral. Os atuais gestores públicos, de forma geral, em conluio com o corporativismo pendurado nas tetas do clientelismo, fazem de qualquer Instituição um balcão de negócios. Acabar com isso é o desafio da parcela inteligível da nação representada por cidadãos, empresários e entidades íntegras e conscientes de que devem execrar do contexto da vida pública nacional, essa putrefata negociata de aproveitadores das brechas das leis e que corroem o espírito da decência e da própria democracia no Brasil.
Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 19/01/2012
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