Cenário: Fórum da Barra Funda; aquele consagrado pela fama e obra do Juiz Lalau, que mesmo aposentado das funções de Presidente do TRT paulista e ex-juiz do Trabalho ainda, e “voluntariamente”, presidia a Comissão de Obras daquilo que hoje é o Taj Mahal do Judiciário brasileiro. Aposentado, e sem função oficial alguma, mas todos aceitavam o que ele fazia por lá.
Atores: Mais de uma centena de Juízes do Trabalho, ex-colegas de cátedra e toga de Lalau, cuja remuneração mínima é de quase R$ 22 mil reais/mês, podendo chegar a R$ 30 mil; ou seja, recebendo no mínimo 14 vezes a média do que os trabalhadores e os aposentados por tempo de contribuição do INSS; porém com a vantagem de terem, no mínimo 60 dias de férias a cada período de um ano; excelente assistência médica, além do melhor plano de aposentadoria do mundo, sem contar a impossibilidade de demissão de seus postos de trabalho. Tudo isso e ainda, vez por outra recebem convites e gozam de fins de semana privilegiados, com tudo pago, a convite de quem quer que seja, para fóruns e seminários em resorts, como muito se tem noticiado e demostrado que a toga está serviço do clientelismo no Brasil.
Enredo: Greve de 24 horas por melhores salários.
Moral da história: Quem pede justiça deveria praticá-la. Temos um Poder Judiciário independente? - Onde estão os que julgariam os mensaleiros? E o ficha limpa? Mais uma vez travado pelo mesmo “tardinheiro”, ex-assessor de José Dirceu ao tempo do mensalão ministro Toffoli, que com a mesma prática retém por uma ano o processo relativo ao golpe dos Bancos nos expurgos das cadernetas de poupanças nos Governos Collor e Sarney? E aquilo que se afronta aos direitos dos aposentados, através do dono da Câmara dos deputados – Marco Maia que determina o que se aprecia e quando aprecia, e ainda açoita a inteligência de outrem ao falar em período ditatorial? Os crimes por corrupção e colarinho branco, quando serão julgados?
A Justiça no Brasil faz dele a diferença para com outras nações, não pela criminalidade e corrupção, mas sim pela impunidade e pelo povo indolente que tanto se orgulha do pão e circo.
Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 04/12/2011
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