Dentre a corja resultante daquilo que restou do mensalão, e que não são poucos, ou daqueles que dizem que ele não existiu e até mesmo dos que não querem vê-lo julgado e até retardando-o, José Dirceu exerce enorme êxtase. Sabe-se lá se não quer chegar ao lugar de Lula, o expoente máximo da camarilha. Seu cinismo criticando a luta moralista contra a corrupção demostra que este país está sem eira nem beira em termos de oposição, justiça e percepção da moral. A figura da elite golpista, na sua patética teoria da conspiração, que age contra a “democracia do seu partido”, e que não passa de uma facção, apenas pode ser aceita pelas mentes idiotizadas daqueles que participavam do Congresso petista trajando camisetas “Contra o golpe das elites”; porém deveriam subscrever “a favor da corrupção desde que seja gerenciada pelo PT”. A elite que hoje existe nunca mereceu tanta atenção do BNDES, da classe política como um todo, e sem exceção de partidos, são todos imprestáveis sob os olhos da ética – esta é a percepção da sociedade consciente e que se manifesta a despeito das críticas de crápulas. Estes fundaram um Estado a serviço do clientelismo como nunca se viu. Um governo que loteou todos os Ministérios partidarizando a corrupção que substituiu a política no Brasil, e tudo isso foi obra raciocinada na “concepção do mensalão”; na aliança do PT de Lula e Dirceu, com o PL de Alencar e Valdemar da Costa Neto. Um plano de assalto ao Poder.
Seus discursos e artigos, e sabe-se lá escrito a quantas e tantas mãos, se proliferam em jornais buscando ofuscar opiniões de articulistas e leitores, e demostram a visão torpe e como a idiotia toma conta de grande parte da sociedade que não se ergue para obstar esse contrassenso. A omissão sim é o grande e vergonhoso problema desta nação. Não só Dirceu, mas alguns outros seguidores espalham meticulosamente em um apanágio de mentiras e de ilações delirantes que apenas pode convencer a idiotas. Dirceu defende o Estado clientelista desde que seu partido esteja na cúpula diretiva, daí o necessário populismo, distribuição de bolsas e compra de consciências. Nesse Estado, o Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, conhecido pela alcunha de Sarney, é o maior representante e onde o Sr. Luís Inácio da Silva, conhecido pela alcunha de Lula, dirigiu e dividiu a pilhagem entre selecionado número de beneficiários para a conquista do Poder; é este tão somente este Estado e forma de gestão que Dirceu defende em seu discurso imoral e de claro desdém a uma sociedade que se acovarda e entrega sua consciência aos desígnios de marginais. Nefasto silêncio de quem na política se elegeu como opositor, aliás, tanto melhor que se calem, pois quando falam causam nojo tal qual Dirceu. A atual geração de políticos e homens públicos brasileiros jamais foi tão indigna dos cargos que ocupam. Se neste país houvesse a mais pálida sombra de Justiça, certamente haveríamos de ter a consideração e consequente punição cabível a muitos políticos, cuja ficha criminal é mais densa do que a de muitos meliantes encarcerados.
Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 27/11/2011
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