Agnelo Queiroz e Orlando Silva foram instalados em 2003 por Lula no Ministério do Esporte como parte do arranjo pela pilhagem estabelecida para sua eleição ocorrida no ano anterior. Desde lá, a divisão do saque ao erário público já era partidarizada; espertos, não seguiram a gananciosa saga de Collor que queria tudo para si e deu no que deu. Orlando gozou do aval pelos bons serviços prestados e com o beneplácito da presidente Rousseff continuou a frente do ministério. Ela ainda deu patente sinal de apoio a ele. Manifestou-se publicamente diante de fatos escabrosos que vem sendo revelados há anos sobre desvios de verbas naquela pasta e declarou: in dubio pro reo (na dúvida, pelo réu). Dispensou-se de analisar que tudo que por lá ocorreu já vem de longa data, e que inúmeros inquéritos transitam na Polícia Federal, cada vez mais encruados na figura de Agnelo Queiroz. Tais processos estão fortemente assentidos em provas cabais de desvios de centenas de milhões de reais a ONGs fantasmas ligadas a membros do “partidão” e até de familiares de altos funcionários do próprio ministério – todos ocupando cargos de confiança da republiqueta de comparsas aqui instalada. Usando a verborragia do “honoris”: - uma “grande maracutaia”.
Já para Copa, essa facção que dirige o país tratou de fazer aprovar a RDC (reserva de comissionamento), para legalmente tenta blindar a bandidagem que fatalmente será revelada futuramente. Rousseff apenas decidiu pelo afastamento do apaniguado Orlando, apesar de Lula, o efetivo mandante do Planalto ter ordenado resistência, quando o STF abriu inquérito para investigá-lo, o que arrastaria consigo Agnelo de Queiroz para a mesma fossa. Este, agora petista, um membro do partido da ética, não pode ser exposto pelas maracutaias; porém a imprensa não deixa de noticiar os malfeitos do partidão. Agora somos tomados da já esperada faina dos aniquiladores das contas públicas que por enquanto os atrasos para a Copa da Maracutaia nos custará mais R$ 720 milhões. Quantas vidas poderiam ser salvas pelo SUS? Porém é preciso esconder a sujeira sob o tapete! Faxina moral e ética nem pensar. A rigor não sobraria um. Tal qual Pilatos, Rousseff, lavou as mãos e in dubio pro reo, que havia dado esperanças a Orlando, já lero-lero que pensava ser “indestrutível”, e foi para o brejo. Esta é política brasileira desprovida de qualquer classe; ou melhor, é de terceira classe. Alienados, até editorais em jornais como Estadão (7/11, Moral e política) em que o autor assevera: “causar espanto que muitos formadores de opinião ainda sustentem que nada mudou do governo anterior para o atual, sendo este último mera prolongação do anterior. Basta comparar o que foi feito em relação a essa questão nos dois governos: num caso, foram cinco ministros em dez meses; no outro, nenhum em oito anos – e o ex-presidente Lula ainda afagava infratores e os instigava a resistir. Os fatos são eloquentes”. Em que país esse cidadão esteve nos últimos nove anos? Por mais que do contraditório saia o debate, não se alude que a falta de inteligência, além da falta de senso ao realismo possa convergir à mínima tese de que se dê espaço em editorial a um oráculo de mentalidade ágil tal qual a de um manequim.
O PC do B (picaretas comedores de bola) pela divisão da pilhagem ficou com o Ministério dos Esportes, e agora com Copa do Mundo e Olímpiada é que não vai abrir mão do tempo farto da colheita. Dirigem aquele antro ad libitum (a vontade, a seu bel-prazer). Com a saída de Orlando – “o indestrutível”, assume o comando um membro da mesma facção, Aldo Rebelo, e continuam os capangas, todos originários da UNE (união de notáveis estelionatários) em cargos privilegiados dirigindo ONGs (organizações norteadas por golpistas). Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Porém, a sociedade consciente tem a si a expressão – conscia mens famae mendacia risit (a boa consciência ri-se das mentiras, isto é, o que dizem os mentirosos); e sabe que a fortiori (com razão) que oratio vultus animi est (o discurso é o rosto da alma) tanto válido ao ex-ministro quanto ao da presidente Rousseff, além daquele que não sabia de nada do mensalão.
Em suma, pessoas de primeira classe cercam-se de pessoas de primeira classe; porém pessoas de segunda classe estão sempre cercadas por sujeitos de terceira; ou seja, a escória. Espera-se que a imprensa internacional deixe de basbaquice e interprete os fatos que ocorrem no Brasil à altura e ao discernimento do que em verdade aqui ocorre. Nesta ocasião se assiste a maior afronta à moralidade pública jamais vista na história republicana. Nada ou ninguém instalado no Poder legado por Lula se salva pelos padrões éticos ou morais mínimos a que deva ser conduzida a coisa pública. A política deixada pelo debochado rotulado de honoris causa, não passa de pura pilhagem do Estado, e em desfaçatez diária é o escárnio à institucionalidade dos Poderes Republicanos com evidente cooptação dos membros destes.
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