quinta-feira, 28 de julho de 2011

Itaquerão-Estrutura provisória e gasto definitivo.

         Há alguns dias atrás, o Sr. Juliano Nóbrega - Coordenador de imprensa do Governo do Estado de São Paulo, informou através deste Fórum - Estadão, que não se trata de uma doação de R$ 70 milhões do erário publico estadual ao Itaquerão, mas sim "ajuda em custear uma estrutura provisória para 20 mil assentos e assim viabilizar o jogo inaugural da Copa". Ainda nas palavras dele, "nenhum parafuso da estrutura será doado ao Corinthians".
        Por mais que a imaginação logre em arquitetar sem suprimir a razão, e ainda a mercê de circunstâncias impensadas, é essa a posição oficial do governo. Tal explicação é um acinte à inteligência. A expectativa dos contribuintes é de uma gestão proba aos recursos arrecadados, e não é o caso. Se não são benfeitorias na propriedade de outrem, e que já será construída em terreno público, a ação visa possibilitar maior arrecadação aos cofres e interesses da Fifa e que será a maior beneficiada em todo evento. Cada assento doado custará R$ 3.500,00, o que equivale a um sofá de couro perfazendo R$ 70 milhões, sem considerar outras instalações e necessidades como banheiros adicionais para os 20 mil expectadores extras. Pelo valor total a se doar e ainda estimado, a cidade de São Paulo poderia receber mais um viaduto com estrutura estaiada com mais de 600 metros tal qual o que se entregará sobre a marginal Tietê nos próximos dias pelo próprio Governo, e que sempre na vã gloria do seu populismo, propagandeia que a obra auxiliará na circulação urbana em uma região onde transitam mais de um milhão de veículos por dia.
         O executivo paulista defende o "provisório", e sem retorno direto ao erário em valor equivalente a uma obra "definitiva" que legaria bem estar a milhões de pessoas; pergunta-se qual o prodígio que iremos testemunhar no 'day after' da Copa? O que além do famigerado cacoete nacional: -"defraudar, mas faz"? Isto já é esperado e sem novidades, pois já está e continuará nas manchetes diariamente. Agora se for de que a imbecilização é um vírus que atingiu a todos, certamente estão enganados. Nem todos se abatem na imbecilidade e sabem quão difícil é melhorar nossa condição material pela ação de bons e probos gestores públicos, tal qual é fácil arruiná-la através de políticos com suas politicas medíocres e demagógicas e que nada distam da corrupção.
         Oswaldo Colombo Filho 
Jornal O Estado de S.Paulo - 28/07/2011  

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