Esgotaram-se os recursos legais de que a Prefeitura de São Paulo lançava mão para descumprir a obrigação de oferecer creches e pré-escola a todas as crianças paulistanas menores de 5 anos de idade. Quase 130 mil infantes estão nessa condição. No resto do Brasil, provavelmente são milhões, mas por lá o que interessa é a Copa do Mundo de Futebol e a Olimpíada. Aqui, em São Paulo, a população claramente não se tem manifestado nesse sentido.
O alcaide paulistano, que insiste em alegar falta de recursos, quer conceder, no mínimo, R$ 420 milhões em benesses fiscais - diga-se, valor extraído da base de contribuição dos paulistanos, - a uma entidade desportiva para que esta incorpore ao seu patrimônio privado e assim a cidade possa receber o "status" (?) de ter um estádio que possa promover o jogo abertura da Copa do Mundo. A importância disso em troca de um patrimônio público que proporcione benefícios sociais perenes é um descalabro repugnante. Tal valor, segundo apontamentos passivos no próprio orçamento da Prefeitura, seriam suficientes para a construção de 16 CEUs com capacidade de atender cada um a 5 mil crianças. Em suma, 80 mil; ou ainda duas em cada três crianças já estariam sendo acolhidas se essa fanfarronice populista, desavergonhada, que satiriza os princípios éticos de consideração aos contribuintes da maior cidade do Hemisfério Sul do planeta fossem resguardados por seus representantes na Câmara Municipal. Como contribuinte, assim como milhões de outros paulistanos, espero que o Ministério Público obste tamanho escárnio com os recursos públicos.
Oswaldo Colombo Filho
Jornal -O Estado de S.Paulo - 30/06/2011O
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110630/not_imp738780,0.php
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EXPLICAÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL de São Paulo
Neste espaço democrático que o Estado nos reserva para um franco debate, o vereador Carlos Apolinário explica dos por quês que inúmeros projetos estão com votação pendente na Câmara Municipal de São Paulo (Fórum dos Leitores, 1/7), tal qual o proposto Dia do Orgulho Hetero. O que nos sensibiliza é que num texto de 355 palavras pouco diz das reais causas numa Casa que pouco trabalha, tal qual se o horário de Brasília fosse de fato oficial trabalharíamos três dias por semana, e nem a capital federal teria o formato de um avião com suas asas sul e norte, mas sim de um grande camburão. Eu apreciaria que o vereador, que já foi deputado federal, estadual e está na sua terceira vereança demostrasse neste painel como poderá a transferência de recursos públicos ao patrimônio privado, auxiliar aos necessitados pelos mesmos recursos públicos em suas carências. Falo do Itaquerão Trata-se do efeito bola de neve que sobe o morro, onde estão os melhores alojados, e que afronta a lei da gravidade, ou melhor, a lógica econômica. Como economista, quero que se explicite, aos representados e pelos representantes destes na Câmara quais as contrapartidas sociais e econômicas; mas projetadas, apontadas numericamente posto que não haja evento esportivo do porte das Olímpiadas e das copas de futebol que tenha sido estudado e acompanhado pelo meio acadêmico que tenha propiciado legado social condizente para com o ônus financeiro que trás a uma nação. África do Sul e Grécia são exemplos incontestes, o Pan nem vale citar, pois foi grotesco. Estes eventos produzem um simples razonete onde a débito estão os custos a pagar em longo prazo pela nação com estádios, e demais instalações e luxos requeridos que fatalmente ficarão ociosos. A crédito, e em curto prazo, serão contabilizados para fora do país os lucros extraordinários de empreiteiras, lucros dos comitês esportivos organizadores, mídias e publicidade além da corrupção que reinará na bagunça da pressa previamente arregimentadas. Até hoje não houve total pagamento ou retorno dos US$ 16 bilhões gastos pelo Japão e Coréia; nem mesmo na Alemanha que recebeu 1,1 milhões de visitantes durante o evento. Seria ótimo que os vereadores explicassem detalhadamente o que embasou a decisão deles para doar o nosso dinheiro, afinal as eleições se aproximam.
Oswaldo Colombo Filho
- Jornal - O Estado de S.Paulo-02/072011
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