quinta-feira, 19 de abril de 2012

Precisamos de um timoneiro


Esmeram-se pseudoespecialistas no Governo a nos guindar ao raciocínio da supremacia do zero a esquerda, como dar sentido populista de ser a sexta economia do mundo, ou de que em vinte anos estaremos no primeiro mundo; porém escondem que em Garanhuns se pratica canibalismo e vendem empadinhas recheadas de carne humana; ou ainda que mais da metade do país sequer possui esgotamento sanitário, sendo essa a causa principal de mortalidade infantil e sabe-se lá de tanto quanto outros males no Brasil. Apontam para o alto de uma pirâmide que não nos qualifica socialmente em absolutamente nada e nem nos impinge qualquer perspectiva de prosperidade econômica. Aliás, tão apenas calca-se no raciocínio de prosperidade baseado no “consumo”, algo que tanto combatiam no passado. Trata-se do capitalismo dos comparsas socialistas. Canastrões. Contudo, o professor Carlos Alberto di Franco, brindou a nação com um artigo (Estadão 16/04 - Inverno versus janela demográfica), (http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,inverno-versus-janela-demografica-,861639,0.htm)
que demostra que mesmo sem perspectiva ao olhar para a mais absoluta incompetência que gerencia este país, existem fatores cuja ordem natural não pode ser alterada. O professor aborda com muita propriedade, e aqui faço uso de parte da expressão de seu artigo, do desperdício da “janela de oportunidades” que o Brasil vive por dispor desde meados da primeira década deste milênio e que conviverá até a metade desse século, com o que em demografia denomina-se “bônus demográfico”. Trata-se da passagem de uma nação por um período onde seu crescimento demográfico atinge uma curva onde existem mais pessoas ativas (entre 16 e 60 anos de idade) do que a parcela da população potencialmente inativa. Se estabelecermos uma proporção entre as grandes nações, em termos de dinâmica de mercado; número de consumidores (população); extensão territorial; etc. o Brasil pode se situar notoriamente entre os mercados mais prósperos como consumidor e produtor (principalmente) para muitos produtos e serviços. Porém também não possui nenhum plano em médio prazo para qualquer política social ou econômica, sequer imaginar isso em longo prazo. Apenas pacotes como fragorosamente até se referem os próprios medíocres instalados nos ministérios.
  
Para isso precisamos valorizar competências e não de alguém que discurse a mesmice “de que o céu é igual para todos” enquanto que o horizonte depende da larga visão de quem não seja medíocre. O professor termina seu artigo de forma simples, mas muito objetiva: - “Gente não é problema. É solução”.

Disse tamanha verdade em tão poucas palavras. Cada dia que abrimos s jornais mais se vê o homem, o trabalhador, o contribuinte, o consumidor sendo desfocado no amplo sentido no que lhe concerne em direito. Não são vistos como solução em nada. De um lado os aposentados custam, mas não são consumidores na outra ponta? São problemáticos, pois estão vivendo muito. E os salários dos trabalhadores? Encargos sobre folha custam? Ora segundo o professor Pastore, aqui no Estadão, este país gasta por ano com acidentes de trabalho e outros custos decorrentes cerca de R$ 77 bilhões/ano. Quem financiará isso? Queremos produtividade, mas fabricamos aleijados. Queremos blindar a indústria automobilística nacional que ainda dá 1/3 a 1/5 do período de garantia dos veículos importados. Primamos pela incompetência em todos os sentidos. Como disse o professor di Franco:- “Gente não é o problema. É a solução”. O que precisamos é de um timoneiro que não olhe para céu, mas busque novos horizontes.

     Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 19/04/2012         

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