A
culpa é a pensão da viúva?
Em
dezembro 2015 existiam 1.310.715 servidores federais ativos (civis, militares e
intergovernamentais), que custaram ao Tesouro Nacional o montante de R$ 152,2
bilhões. Na mesma data eram 1.031.375 servidores federais inativos em todas as
áreas e que custaram ao Tesouro o montante de R$ 104,2 bilhões. Com base nesses
números, disponibilizados pelos arquivos governamentais, chega-se a duas
conclusões básicas:
a)
Em dezembro 2015 havia uma relação de 1,27 servidores federais
ativos para cada inativo. Uma distorção gritante, quando num regime atuarial
normal tal relação é de pelo menos 4,5 a 5.
b)
A segunda conclusão elementar a que se chega é de que a União
necessita de 68,46% do correspondente aos salários dos servidores federais
ativos para o pagamento dos benefícios dos inativos. Isto tudo impôs um déficit
(no RPPS-Federal) de R$ 72,5 bilhões.
c)
Não há nada igual no planeta; ou seja, mais de 200 milhões de
brasileiros custeiam as aposentadorias de uma milhão de privilegiados à razão
daquilo que representa 70% do orçamento federal em Educação para toda nação. Em
2016, no RGPS (INSS) o déficit previdenciário foi de R$ 149,7 bilhões, com 30,5
milhões de aposentados e pensionistas, gerando um déficit per capita de R$
4.908,20, enquanto no RPPS dos servidores públicos federal (civis e militares)
o déficit previdenciário foi R$ 77,2 bilhões, com apenas 1,0 milhão de
aposentados e pensionistas, gerando um deficit per capita de R$ 77.200,00.
d)
Um grupo de trabalhadores de primeira classe (servidores
públicos) composto por 13,4 milhões de brasileiros (ativos, inativos, civis e
militares) que representam apenas 6,44% da população brasileira, sendo 2,2
milhões federais, 4,7 milhões estaduais e 6,5 milhões de municipais gastaram em
2016 o correspondente a 15,27% do PIB. Esse percentual representou 46,75% da
carga tributária que foi de 32,66% do PIB em 2015.
e)
Um Congresso Nacional com 35.533 trabalhadores de primeira
classe, ao custo de R$ 9,2 bilhões ao ano, jamais vai aprovar corte de
privilégios de sua patota (amigos e parentes).